Quarta-feira, 6 de Agosto de 2025

VJ.Net: pequeno provedor do MS oferece 4G por meio de redes privativas no campo

Em Nova Bandeirante, no norte do Mato Grosso, quase fronteira com o Amazonas, a VJ.Net, pequeno provedor de internet, encontrou no 4G uma solução para conectar agrovilas, sítios e fazendas da região, a partir de uma estrutura de redes privativas com licença SCM. A oferta é voltada apenas para dados, sem voz, e é fruto de uma parceria com a Sparz, que oferece core de rede a partir de rádios da Baicells e Sunwave.

“O 4G é uma tecnologia muito complexa. Se não tiver uma infraestrutura robusta por trás dele, não vai para frente. E o core da Sparz me salvou”, conta Valmyr Junior, presidente da VJ.Net, em conversa com Mobile Time.

Até então, o pequeno provedor oferecia somente internet via rádio e contava com aproximadamente 420 clientes. Em um ano, a oferta de LTE conquistou cerca de 120 novos clientes, e um total de 310 chips distribuídos do 4G. E ainda falta entregar cerca de 200 chips, o que deve acontecer nos próximos meses.

“Na área rural, tudo é difícil. Cada cliente está separado do outro, em média, dois quilômetros e isso dificulta bastante. Se, com R$ 200 mil você faz uma rede grande numa cidade, aqui você tem que colocar três vezes mais”, compara.

Para otimizar ao máximo a infraestrutura, a VJ.Net coloca suas torres em locais bem estratégicos, que contemplem o máximo de usuários. Ao todo, são 22 torres para a internet via rádio e outras três possuem infraestrutura LTE.

“O 4G consegue atingir uma região maior e, as três conseguem conectar todos os clientes” garante Júnior.

Em sem modelo de negócios, o provedor mato-grossense oferece planos de assinatura personalizados para as necessidades de cada cliente. Júnior gosta  de dizer que o seu diferencial para as grandes operadoras é esse, o relacionamento, já que consegue disponibilizar dados conforme a necessidade de cada cliente.

“Aqui consigo me comunicar com cada um dos clientes. Sei o que ele precisa e conversamos”, comenta. Não à toa, muitos acabam vindo pelo boca a boca, indicados por outros usuários da provedora.

Ofertas  futuras da VJ.Net: de câmeras a MVNO
No 4G, por enquanto, o uso da rede é voltado para os celulares. Mas Junior estuda oferecer serviços de Internet das Coisas, para que os clientes possam conectar seu maquinário, estações de monitoramento e câmeras. “Já atuamos com câmeras, mas não com 4G. Temos algumas fazendas interessadas e estamos estudando as possibilidades de monitoramento com câmeras que usem chips para não precisar de fibra. É uma tecnologia nova para a gente, estamos implementando ainda. Para nós, pequenos provedores de internet, o 4G ainda não é tão conhecido”.

Júnior aponta que para oferecer monitoramento com câmeras é necessário oferecer também uma infraestrutura como placa solar, bateria solar, antena e roteador. Para a conectividade via rádio, os custos são maiores. Mas o 4G permite que se pense em uma estrutura menor.

“Para colocar para funcionar uma câmera num sítio afastado – na sua entrada ou em um local muito distante da sede – é preciso colocar placa solar grande, bateria solar grande, antena, roteador. Mas quando colocamos uma câmera com chip 4G, toda a infraestrutura pode ser menor, sem diminuir a qualidade”, explica.

E, para o ano que vem, o provedor pensa em encontrar um parceiro para oferecer serviços de operadora móvel virtual (MVNO). “Temos planos futuros de nos tornarmos uma MVNO. Fechar uma parceria com uma grande operadora. Mas a nossa rede continuará privada”, explica.

Na prática, o cliente continuaria na rede privativa, mas, da rede, o chip continuaria funcionando por meio da rede da operadora parceira e, neste caso, o cliente teria não somente dados, mas também voz. Mas isso deve ficar para o próximo ano”, diz.

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