Quinta-feira, 7 de Agosto de 2025

Telefónica avalia vender até 20% de sua participação na Vivo, diz jornal

O Grupo Telefónica avalia vender até 20% das ações da Telefônica Brasil, dona da Vivo, como forma de levantar recursos para pôr em prática um projeto de consolidação dos seus negócios na Espanha e na Europa, segundo a imprensa espanhola.

Caso isso venha a ocorrer, a multinacional ainda manteria o controle da subsidiária brasileira, uma vez que, atualmente, detém 70% de participação na unidade. Mantendo 51% do controle, a operadora poderia ainda integralizar os resultados do Brasil no balanço do grupo.

As informações são do jornal espanhol El Economista, que ainda indica que a Telefónica também estuda, para não se desfazer de parte das ações da Vivo, realizar um aumento de capital (saiba mais abaixo). Em qualquer um dos casos, a companhia espera levantar pelo menos 3 bilhões de euros (aproximadamente R$ 19,2 bilhões).

Atualmente, a empresa vem acelerando o projeto de desinvestimento na América Latina, com a venda de ativos em países como Argentina, Uruguai, Peru, Colômbia e Equador. Com isso, no território latino-americano, além do Brasil, a empresa ainda conta com operações no Chile, México e Venezuela, os quais podem ser os próximos negócios na onda de redução de subsidiárias.

Em abril, quando eleito para o conselho de administração da tele, o CEO da Telefónica, Marc Murtra, enfatizou que a prioridade da empresa sob a sua gestão “será Europa, Europa e Europa” e que o setor de telecom precisa buscar a consolidação no Velho Continente a fim de obter ganhos de escala em suas operações.

Na ocasião, apesar dos desinvestimentos na América Latina, Murtra ressaltou que a companhia tem o objetivo de manter a “posição de liderança no Brasil como mercado essencial”, sem mencionar qualquer possibilidade de venda de ações da Vivo. A expectativa é de que a Telefónica apresente um novo plano estratégico, com mais detalhes sobre as diretrizes dos negócios, no segundo semestre deste ano.

O periódico espanhol ressalta que, caso a Telefónica diminua a sua participação na Vivo, a decisão afetará o montante de dividendos que a companhia recebe da subsidiária brasileira. Por outro lado, reduziria a sua exposição ao real, cuja oscilação costuma afetar os resultados consolidados do grupo.

Aumento de capital

A outra possibilidade em estudo pela companhia é realizar uma ampliação de capital na ordem de 3 bilhões de euros a 4 bilhões de euros. A última vez que a o grupo adotou a medida de forma significativa foi em 2015, para financiar a compra da GVT no Brasil.

De acordo com o El Economista, os três principais acionistas individuais da companhia – o governo da Espanha (por meio da Sociedade Estatal de Participação Industrial – SEPI), a Criteria Caixa e a operadora saudita STC –, detentores de 30% do capital da multinacional, já indicaram que apoiariam um eventual aumento de capital para financiar os projetos de expansão na Europa.

Compartilhe: