‘Tarifa de Trump inviabiliza exportação do setor elétrico e eletrônico’, diz Abinee
O Brasil terá que ir à mesa de negociação com os Estados Unidos para reverter a tarifa de 50% sobre produtos elétricos e eletrônicos brasileiros anunciada pelo presidente americano, Donald Trump,na quarta-feira (9), defende a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). O risco é “inviabilizar as vendas externas das empresas do setor”, alertou a entidade, nesta quinta-feira (10).
Na avaliação da Abinee, “a decisão unilateral não tem justificativa econômica, uma vez que o fluxo de comércio entre Brasil e Estados Unidos é superavitário em favor dos norte-americanos”.
No primeiro semestre de 2025, os negócios do setor eletroeletrônico brasileiro com os Estados Unidos registraram saldo negativo para o Brasil de US$ 1,3 bilhão, com exportações de US$ 1,1 bilhão e importações de US$ 2,4 bilhões, informa a associação. Os EUA são o maior importador de produtos elétricos e eletrônicos produzidos no país, com 29% de representatividade e crescimento de 23,1% nos seis primeiros meses deste ano ante igual período de 2024.
A entidade informa que a tarifa de Trump afetaria, principalmente, as exportações de equipamentos elétricos de grande porte, “tendo em vista os investimentos consideráveis que estão sendo realizados internamente naquele país para a criação de uma infraestrutura de recarga de veículos elétricos em todo o território”.
Também poderão ser afetadas as exportações de motores e geradores, componentes para equipamentos industriais, máquinas para processamento e dados, instrumentos de medida, entre outros, informa a entidade.
“O Brasil terá que ir à mesa de negociação para reverter esse nível tarifário, que inviabilizará as vendas externas das empresas do setor”, defende a entidade.