Setor eletroeletrônico comemora crescimento de 4% em 2025, aponta Abinee
A indústria elétrica e eletrônica está encerrando 2025 com faturamento de R$ 270,8 bilhões, um crescimento real (descontada a inflação) de 4% na comparação com 2024, segundo levantamento da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). Os indicadores de emprego e investimentos também apresentaram alta em 2025. O número de empregados cresceu 1%, encerrando o ano com 288 mil trabalhadores, 3,5 mil vagas a mais que no final de 2024 (284,5 mil trabalhadores). Já os investimentos tiveram aumento de 9%, passando de R$ 4,3 bilhões para R$ 4,7 bilhões em 2025.
A produção física do setor apresentou queda de 1,4% em relação ao ano passado, resultado da redução de 2% na área eletrônica e de 0,8% na área elétrica. A utilização da capacidade instalada permaneceu estável em 78%.
O faturamento do setor deverá somar R$ 289 bilhões em 2026, crescimento real de 3%, descontada a inflação, em relação a 2024, com taxas positivas em quase todas as áreas. A produção física do setor deverá ficar estável
“O ano surpreendeu positivamente, mesmo diante de um cenário desafiador”, disse Humberto Barbato, presidente executivo da entidade. “O crescimento no faturamento pode ser explicado pela mudança no perfil de consumidor, que tem buscado produtos mais sofisticados e novas tecnologias”, comentou. Segundo ele, áreas estratégicas como Data Centers e Inteligência Artificial também têm impulsionado investimentos e ampliado a demanda por tecnologia de ponta no País. No caso do setor elétrico, os investimentos foram puxados pela ampliação da capacidade produtiva para atendimento da demanda. “Essa evolução reforça a maturidade do setor e sua capacidade de responder rapidamente às transformações do mercado”, afirmou.
Neste ano, a participação do mercado irregular de celulares no País recuou de 19% para 12% das vendas, resultado direto da atuação coordenada da Abinee com a Anatel, a Senacon, a Polícia Federal, a Receita Federal, o Legislativo e a Sefaz-SP.
“Essa queda mostra que a exposição sistemática do problema, somada às ações de fiscalização, comunicação e aprimoramento regulatório, está trazendo resultados concretos”, afirmou Barbato. Segundo ele, as medidas adotadas ao longo do ano intensificaram o combate à entrada ilegal de aparelhos — que chegam ao País por descaminho e são distribuídos principalmente por marketplaces. “Embora o avanço seja significativo, essa prática ainda preocupa e exige ações permanentes. Esperamos que, com a continuidade dessas ações, o índice possa recuar substancialmente já em 2026”, completou.
Mercado externo
Outro destaque positivo de 2025 foram as exportações do setor, que apresentaram aumento de 3%, totalizando US$ 7,9 bilhões. Destacaram-se os crescimentos nas vendas externas de bens de Telecomunicações (22%) e Utilidades Domésticas (20%). Os produtos de Eletrônica Embarcada foram os principais itens exportados do setor, totalizando US$ 880 milhões, 19% acima do resultado de 2024. Os Estados Unidos foram o principal destino das exportações, correspondendo a 26% do total do setor.
As importações cresceram 3%, somando US$ 49,1 bilhões. As áreas que apontaram as maiores taxas de crescimento nas importações foram Máquinas para Processamento de Dados (32%), Componentes para Utilidades Domésticas (19%) e Eletrônica Embarcada (17%). Individualmente, o produto mais importado foram os semicondutores (US$ 6 bilhões). A maior parte (45%) das importações do setor é proveniente da China.
Dessa forma, o déficit da balança comercial totalizou US$ 41,1 bilhões, resultado 3% superior ao apresentado em 2024 (US$ 40 bilhões).
Perspectivas para 2026
Os principais indicadores da indústria eletroeletrônica deverão registrar no próximo ano incrementos mais discretos do que os verificados em 2025.
O faturamento do setor deverá somar R$ 289 bilhões em 2026, crescimento real de 3% (descontada a inflação) em relação a 2024, com taxas positivas em quase todas as áreas. A produção física do setor deverá ficar estável. A previsão é de aumento na mão de obra empregada no setor, que deverá passar de 288 mil funcionários para 292 mil no final de 2026. Já a utilização da capacidade instalada deverá cair de 78% para 77%.
Os investimentos deverão totalizar R$ 5 bilhões, resultado 7% acima do verificado em 2025. A expectativa é de que as exportações continuem contribuindo com o desempenho do setor, com elevação de 3%, e as importações cresçam 2%.
