Setor eletroeletrônico brasileiro vê tarifas de Trump afetando vendas de equipamentos elétricos de grande porte
A indústria eletroeletrônica brasileira prevê que as tarifas de 50% anunciadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, contra o Brasil terão impacto principalmente sobre as vendas externas de equipamentos elétricos de grande porte, segundo comunicado da associação que representa o setor, a Abinee, nesta quinta-feira.
A entidade destacou que, no caso do setor eletroeletrônico, os negócios com os Estados Unidos no primeiro semestre deste ano registraram saldo negativo para o Brasil de US$1,3 bilhão, com exportações de US$1,1 bilhão e importações de US$2,4 bilhões.
“Na avaliação da entidade, a decisão unilateral não tem justificativa econômica, uma vez que o fluxo de comércio entre Brasil e Estados Unidos é superavitário em favor dos norte-americanos”, afirmou.
Os EUA foram o principal destino das exportações de produtos do setor, de acordo com a Abinee, com crescimento de 23,1% no primeiro semestre, e ampliando sua participação de 26% para 29% nesse período.
A medida afetaria principalmente as vendas externas de equipamentos elétricos de grande porte, como transformadores, disjuntores e chaves seccionadoras, tendo em vista investimentos internos dos EUA para a criação de uma infraestrutura de recarga de veículos elétricos no país, disse a Abinee.
“Também poderão ser afetadas as exportações de motores e geradores, componentes para equipamentos industriais, máquinas para processamento de dados, instrumentos de medida, entre outros”, acrescentou a Abinee. A associação defendeu o diálogo entre os países e disse que o Brasil precisa ir à mesa de negociação para reverter o nível tarifário, “que inviabilizará as vendas externas das empresas do setor”.
Trump anunciou na quarta-feira a imposição de tarifas de 50% aos produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.