Domingo, 7 de Dezembro de 2025

Setor eletroeletrônico apresenta “crescimento surpreendente” , aponta Abinee

Temas como a reforma tributária e o tarifaço dos EUA foram discutidos na última reunião-almoço de 2025 da Abinee/RS
Temas como a reforma tributária e o tarifaço dos EUA foram discutidos na última reunião-almoço de 2025 da Abinee/RS
Nilton Santolin/Abinee/Divulgação/JC

 

O setor eletroeletrônico do Rio Grande do Sul, que é responsável por cerca de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho e emprega aproximadamente 22 mil pessoas, registrou um crescimento de 6% em 2025, segundo o diretor-regional da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Régis Haubert, ao destacar a forte vocação do Estado em automação industrial, sendo a expansão do 5G, a Indústria 4.0 e as energias renováveis importantes vetores de crescimento do setor.

Em nível nacional, a situação do setor é descrita pelo presidente executivo da Abinee, Humberto Barbato, como um “crescimento surpreendente” de 5% a 7% no faturamento e na geração de empregos, impulsionado por investimentos em infraestrutura e inovação de produtos. O setor emprega de forma direta cerca de 298 mil pessoas em aproximadamente 450 empresas no território brasileiro. Os dados regionais e nacionais foram apresentados durante a última reuniãoalmoço de 2025 da Abinee realizada nesta quarta-feira (26), no Ritter Hotel, em Porto Alegre.

Segundo Barbato, o setor eletroeletrônico brasileiro enfrenta desafios regulatórios e de comércio exterior. “A principal reivindicação da indústria concentra-se na reforma tributária, alertando que mudanças propostas podem desequilibrar a distribuição da produção nacional. “Nossa principal preocupação é com a reforma tributária. Esse é um tema que está incomodando porque foram feitas algumas alterações no projeto encaminhado pelo governo federal”, comenta.

O dirigente explica que essas alterações podem desequilibrar a capacidade de distribuição da produção pelo Brasil. “Estou visitando os estados para mostrar que é necessário sermos muito cautelosos na aprovação do texto final da reforma tributária”, acrescenta. Barbato diz que foram feitas mudanças pelo relator que podem prejudicar todos os estados, só levando benefício à zona franca de Manaus.

O presidente executivo da Abinee afirma que a entidade não quer que haja um desequilíbrio, ou seja, as empresas serem obrigadas a sair do Rio Grande do Sul para colocar a sua fábrica, por exemplo, em Manaus, ou em outro estado do Nordeste. “Defendemos que o gaúcho tenha a sua produção mantida no Rio Grande do Sul, o paulista em São Paulo, e o paranaense no Paraná. Não podemos ser forçados a sair do Estado porque em outro lugar é mais viável a colocação das empresas”, destaca.

Tanto Barbato quanto Haubert destacaram o impacto do tarifaço imposto pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros – o que reduziu a participação do setor eletroeletrônico no mercado norte-americano nas exportações totais. De acordo com o presidente executivo da Abinee, em razão do tarifaço muitas empresas anteciparam embarques para os Estados Unidos. “O problema vai ser daqui para frente. Temos conversado com o vice-presidente Geraldo Alckmin e ele tem sido muito atencioso com as reivindicações do setor eletroeletrônico”, ressalta.

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