Reciclagem no Rio de Janeiro poderia evitar emissão de 3 milhões de toneladas de carbono, aponta Firjan
Um levantamento da Firjan divulgado nesta terça-feira (5/11) mostra que o Rio de Janeiro desperdiça uma enorme oportunidade de reduzir emissões e gerar riqueza. De acordo com a edição 2025 do Mapeamento de Recicláveis Pós-Consumo, o estado aterra, por ano, cerca de 2,5 milhões de toneladas de resíduos recicláveis, como papel e papelão, plástico, vidro e metais. Se esse volume fosse reaproveitado, o Rio teria evitado a emissão de 3 milhões de toneladas de carbono em 2023, ano-base do estudo.
O cálculo considera a economia de energia obtida ao substituir matérias-primas virgens por recicladas e também as emissões que seriam evitadas com o não envio de papel e papelão aos aterros, onde se decompõem e liberam gases de efeito estufa.
Segundo a Firjan, a redução equivaleria à fixação de carbono por 21 milhões de árvores plantadas em 12 mil hectares — uma área do tamanho do município de Niterói. Hoje, o estado ocupa a 15ª posição no ranking nacional de maiores emissores de gases de efeito estufa, segundo o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de GEE (SEEG).
Apenas o setor de tratamento de resíduos sólidos e efluentes líquidos representa 17,6% das emissões fluminenses, o que equivale a 12 milhões de toneladas de CO? equivalente em 2023.
“Além de gerar novas oportunidades econômicas e de negócios para a indústria, a reciclagem pós-consumo é uma poderosa aliada na redução de emissões e na transição para uma economia de baixo carbono”, afirmou Jorge Peron Mendes, gerente de Sustentabilidade da Firjan. “Com políticas de economia circular e valorização de resíduos, há uma chance real de reduzir emissões e fortalecer a indústria local”, completou.
O estudo também destaca que a redução das emissões pode ser ampliada com infraestrutura de triagem e beneficiamento próxima aos grandes centros urbanos, evitando o transporte rodoviário de resíduos e, consequentemente, a queima de combustíveis.
Além dos benefícios ambientais, o impacto econômico é expressivo. Os resíduos recicláveis aterrados no estado — avaliados em R$ 2,6 bilhões — poderiam movimentar R$ 6 bilhões em investimentos produtivos, gerar R$ 11,6 bilhões em renda e criar mais de 40 mil empregos diretos e indiretos.
Com os números, a Firjan reforça a importância de políticas públicas voltadas à reciclagem e à economia circular como ferramentas de descarbonização e desenvolvimento sustentável no Estado do Rio de Janeiro.
