Produção de plástico pode chegar a 1,2 bilhão de toneladas em 2060, alerta OCDE
A produção mundial de plástico pode alcançar 1,2 bilhão de toneladas por ano até 2060, caso não haja uma mudança drástica no modelo atual de consumo e descarte. O alerta vem de um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado justamente neste Dia Mundial do Meio Ambiente.
O estudo aponta que o plástico de uso único e o aumento do consumo nos países em desenvolvimento são os principais vetores do crescimento. O problema é agravado pela baixa taxa de reciclagem global: apenas 9% do plástico produzido é reciclado. O restante vai parar em aterros, fornos de incineração ou no meio ambiente — poluindo oceanos, afetando solos e ameaçando a saúde humana.
Riscos de colapso ambiental
Se nada mudar, o planeta pode enfrentar um colapso ecológico irreversível. Projeções indicam que, até 2060, haverá mais plástico do que peixes nos oceanos. A ameaça é invisível e silenciosa: microplásticos já foram detectados em água potável, no ar que respiramos e até na placenta humana.
Soluções possíveis e urgentes
A OCDE e ambientalistas defendem ações imediatas para reverter o quadro. Entre as principais medidas estão:
Banir plásticos descartáveis
Estimular embalagens reutilizáveis
Ampliar incentivos à reciclagem
Investir em educação ambiental
Fomentar a inovação em materiais biodegradáveis
Segundo especialistas, governos, empresas e consumidores precisam agir juntos para romper esse ciclo de destruição.
Brasil: entre o problema e a solução
O Brasil está entre os maiores geradores de lixo plástico do planeta, mas recicla menos de 2% de seus resíduos. Ainda assim, tem um dos maiores potenciais de reaproveitamento de materiais recicláveis. Para isso, é necessário investir na implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, fortalecer cooperativas de catadores e melhorar a infraestrutura de coleta seletiva.