Processadores quânticos de silício chegam à fabricação industrial
[Imagem: Diraq
Computador quântico de silício
A equipe do professor Andrew Dzurak, da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, vem trabalhando na criação de um computador quântico baseado no silício há mais de uma década.
Agora eles deram não um passo, mas um salto rumo a colocar computadores quânticos de silício no mercado.
O salto consistiu em usar uma fundição tradicional – é como as fábricas de chips eletrônicos são conhecidas – para fabricar os processadores quânticos projetados pela equipe, e os primeiros protótipos mantiveram a precisão de 99% necessária para tornar os computadores quânticos viáveis.
Isto comprova que os chips quânticos de silício que vinham sendo apresentados nos anos recentes pelos pesquisadores não são apenas protótipos super aperfeiçoados de laboratório – eles também se sustentam na produção do mundo real.
A demonstração foi possível graças a uma associação entre a empresa emergente criada pela equipe, chamada Diraq, com o instituto europeu IMEC (Centro Interuniversitário de Microeletrônica).
“Agora está claro que os chips da Diraq são totalmente compatíveis com processos de fabricação que existem há décadas,” comemorou Dzurak.
[Imagem: Paul Steinacker et al. – 10.1038/s41586-025-09531-9]
Computadores quânticos compatíveis com a indústria
O silício está emergindo como uma opção viável para a fabricação de computadores quânticos. Ele permite integrar milhões de qubits em um único chip e tem a vantagem imbatível de ser compatível com a atual indústria microeletrônica.
Mas qubits não são transistores eletrônicos, e sair dos laboratórios para as fábricas exige o armazenamento e a manipulação de informações quânticas em milhões de qubits para superar os erros associados aos frágeis estados quânticos.
“Alcançar a confiabilidade na escala industrial na computação quântica depende de encontrar uma maneira comercialmente viável de produzir bits quânticos de alta-fidelidade em escala,” disse o professor Dzurak. “A colaboração da Diraq com a Imec deixa claro que computadores quânticos baseados em silício podem ser construídos aproveitando a indústria de semicondutores, que está consolidada no mercado, o que abre um caminho econômico para chips contendo milhões de qubits, maximizando a fidelidade.”