Quinta-feira, 7 de Agosto de 2025

Presidente colombiano quer recriar operadora estatal

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou sua intenção de reviver a Telecom, empresa estatal que foi liquidada em 2003, sendo substituída pela criação da empresa Colombia Telecomunicaciones, posteriormente adquirida pela Telefónica, que introduziu a marca Movistar. Atualmente, o governo detém uma participação de 33%.

A ideia do presidente é que a Telecom opere e expanda a rede nacional de fibra óptica. O plano inclui conectar a Colômbia com San Andrés, Europa, América do Norte e Ásia por meio de cabos submarinos, e contempla uma transformação estratégica, como transformar a Internexa, subsidiária do grupo multilatino ISA, na nova Telecom.

Durante a sanção da Lei de Reforma Trabalhista e da Lei de Saúde Mental nesta quarta-feira, 25 de junho, o mandatário explicou que, para concretizar essa proposta, seria necessário vender a participação acionária que o Estado ainda mantém na Telefónica (Movistar), próxima de 33%. “Quero reviver a Telecom, para que administre a fibra óptica de toda a Colômbia e a conexão por fibra com o mundo. Assim poderemos dizer que este é o centro do mundo”, afirmou Petro.

A Internexa, com presença na Colômbia, Peru e Estados Unidos, e mais de 25 anos de experiência em telecomunicações, pertence à ISA, empresa controlada pela Ecopetrol.

Segundo o presidente, fortalecer essa empresa estatal permitiria retomar um papel de destaque no acesso às comunicações, como no passado foi a Telecom antes de sua liquidação.

Petro também recordou sua histórica defesa das empresas públicas de comunicação desde o Congresso e sua passagem como prefeito de Bogotá. “Como prefeito, peguei a ETB e a transformei em uma empresa poderosa. Agora ela está novamente sendo aniquilada, porque estão vendendo a fibra óptica”, criticou.

A proposta do presidente surge em um contexto de reconfiguração do mercado de telecomunicações na Colômbia. Enquanto o Estado mantém uma participação sem poder de decisão na Telefónica, a Prefeitura de Medellín vendeu sua parte na Tigo, e esta última, por meio da Millicom, adquiriu a Movistar e aguarda uma fusão entre as duas companhias.

Diante desse panorama, Petro propôs uma decisão chave: “Vendemos essas ações (na Telefónica) e fortalecemos a Internexa. E transformamos a Internexa na Telecom”.

Para o presidente, reduzir a brecha tecnológica é fundamental para democratizar o acesso ao conhecimento. “Quem tem fibra não só assiste a uma partida em alta qualidade. Pode se conectar com uma universidade, receber aulas, acessar qualquer informação do mundo”, concluiu.

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