Domingo, 3 de Agosto de 2025

Positivo Tecnologia prevê retomada de negócios com o governo no 2º trimestre

 A Positivo Tecnologia prevê recuperar as vendas a órgãos públicos, bem como margens de lucro no segmento de governo, a partir deste segundo trimestre. “Já esperávamos um trimestre ruim, com negócios mais fracos em governo”, disse o presidente da empresa, Helio Bruck Rotenberg, durante teleconferência de resultados, na manhã desta quinta-feira (15). 

 Entre janeiro e março, a Positivo Tecnologia registrou prejuízo de R$ 13,5 milhões, ante um lucro líquido de R$ 64 milhões no primeiro trimestre de 2024. A receita caiu 28% para R$ 715,4 milhões no primeiro trimestre de 2025. 

 “Foi um trimestre previsto, mas não quer dizer que não entregaremos nosso guidance [projeção]”, observou Rotenberg. A companhia reforçou a estimativa de receita bruta de R$ 4,4 bilhões a R$ 4,8 bilhões para 2025. 

 Atrasos em licitações públicas de equipamentos e serviços de tecnologia ao longo de 2024 e no início do ano foram os principais motivadores do prejuízo registrado nos três primeiros meses do ano, informou a empresa. 

 A empresa de tecnologia informou ter 80% da receita anual com vendas ao governo contratados ou em fase de contratação para o ano. Os contratos incluem a venda de um computador de alta performance (HPC, na sigla em inglês), no valor de R$ 450 milhões, a uma estatal cujo nome não foi revelado. 

 O supercomputador conta com 2 mil componentes da fabricante americana de chips Nvidia, ressaltou Rotenberg. “Ainda bem que Trump revogou amarras para compras de chips Nvidia”, disse o executivo. Ele se referiu às regras que limitam exportações de chips de inteligência artificial (IA) por empresas americanas a diversos países, incluindo o Brasil. 

 A Positivo comentou ainda que sua divisão de produtos de segurança eletrônica, a Positivo Seg, entrará em equilíbrio financeiro no fim do ano e pontuou que as vendas de serviços devem recuar um pouco nos próximos trimestres. O segmento de serviços gerou 24% da receita bruta da companhia no primeiro trimestre de 2025, ante 13% um ano antes. 

 Na área de “smartphones”, a empresa alertou para o impacto da explosão de vendas de aparelhos ilegais no país. 

 Este ano, as vendas de aparelhos importados ilegalmente e sem homologação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) devem representar 14% do volume de produtos comercializados, ante 19% em 2024. O cenário ainda é preocupante e deve gerar evasão fiscal de mais de R$ 3,5 bilhões, alertou a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), na terça-feira (13). 

 

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