Origem investirá US$ 700 milhões em projeto de energia em Alagoas
A Origem Energia quer fazer do Estado de Alagoas a bateria do Brasil e aguarda apenas a autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para investir no projeto de armazenagem de gás natural em terra, o primeiro do País. Com isso, terá flexibilidade não só à geração de energia das térmicas programadas pela companhia, mas também ao atendimento de indústrias, residências e demais usos do insumo, hoje 50% importado pelo Brasil.
“A Origem acredita muito em tirar o Brasil dessa armadilha da necessidade de importação, que nos faz competir com países mais ricos que o nosso, como a Europa, ou com países cuja competitividade é maior, como os países asiáticos”, disse ao Estadão/Broadcast o presidente da Origem, Luiz Felipe Coutinho, destacando que uma produção local de gás mais relevante é fundamental para reduzir o preço no mercado interno.
Ao armazenar gás natural em reservatórios esgotados em terra, a empresa ganha flexibilidade para usar o insumo quando demandado, seja para gerar energia em suas térmicas, seja para atender terceiros.
Com a armazenagem de gás, que terá governança própria – outro CNPJ, outro CEO – serão construídas termoelétricas com capacidade de 500 megawatts (MW), dependentes da realização do Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP) do governo, ainda sem data definida.
Coutinho diz que, ao todo, serão US$ 700 milhões (R$ 3,9 bilhões) em investimentos, sendo US$ 500 milhões (R$ 2,8 bilhões) no parque termoelétrico e US$ 200 milhões (R$ 1,1 bilhão) para estocagem de gás natural.
O segmento de térmicas também terá governança própria, assim como a área de portos, após a empresa iniciar, em fevereiro, a operação de um terminal no Porto de Maceió.
“O porto tem uma i mportância estratégica para a própria independência e descolamento da nossa produção. A Origem hoje é completamente independente de qualquer outro ator para escoar tanto a sua produção de petróleo quanto gás”, disse Coutinho, após a abertura do seminário Energia 360, em Maceió, na última terça-feira.