Sábado, 2 de Agosto de 2025

Operadoras europeias pedem toda a faixa superior de 6 GHz para o 6G

Doze das maiores operadoras da Europa pediram aos reguladores que tornem toda a faixa superior de 6 GHz disponível para o 6G. O argumento é que essa medida é necessária para garantir que a região não fique atrás dos Estados Unidos no lançamento e desenvolvimento da próxima geração de redes móveis.

Em carta assinada por diretores de tecnologia de 11 operadoras – A1 Telekom Austria, BT, Deutsche Telekom, KPN, Elisa, Orange, Telefónica, Telia Company, TIM, United Group e Vodafone – as empresas afirmam que continuam comprometidas com o desenvolvimento e o investimento na conectividade europeia, mas pedem uma abordagem estratégica em relação à faixa superior de 6 GHz.

“Como principais operadoras de telecomunicações da Europa, instamos o continente a disponibilizar toda a faixa superior de 6 GHz para uso móvel, em benefício da economia e da sociedade europeias”, dizem as operadoras. “A faixa superior de 6 GHz é uma oportunidade crítica para o lançamento do 6G na Europa e deve ser parte integrante da futura infraestrutura móvel do continente.”

“Continuamos preocupados com o fato de que o acesso à faixa superior de 6 GHz ainda seja reivindicado por agentes norte-americanos do setor de Wi-Fi, apesar da recente disponibilização de um novo bloco de 480 MHz, ainda pouco utilizado, na faixa inferior de 6 GHz, reservado expressamente para esse fim”, afirmam as operadoras, acrescentando que são as principais fornecedoras de Wi-Fi para consumidores e empresas europeias e que não veem escassez de espectro nessa área.

“Se a decisão de disponibilizar a faixa superior de 6 GHz para as operadoras móveis europeias for adiada, enquanto os interesses tecnológicos dos EUA conseguirem garantir ainda mais capacidade na faixa de 6 GHz, a competitividade da Europa estará ameaçada”, contam na carta. “Isso sufocaria o potencial econômico futuro das empresas e da sociedade europeias e, em última instância, enfraqueceria a influência da Europa sobre seu próprio futuro digital e sua competitividade global.”

O argumento das operadoras

A carta continua e insiste:

“Com o aumento da demanda sobre a capacidade atual do espectro e com os serviços futuros, como o 6G, despontando no horizonte, é fundamental que toda a faixa superior de 6 GHz (6,425–7,125 GHz) seja disponibilizada para as redes móveis. A faixa de 6 GHz deverá desempenhar um papel significativo no suporte à implantação dos serviços 6G de próxima geração na Europa. A totalidade da faixa será necessária já nas primeiras implementações do 6G no continente”, explicam

A explicação técnica das operadoras é que a tecnologia móvel na faixa de 6 GHz é projetada para operar com canais de 200 MHz. Disponibilizar menos de 600 MHz para os serviços móveis prejudicaria as redes e, essencialmente, inviabilizaria os serviços da sexta geração de rede.

Compartilhe: