Terça-feira, 5 de Agosto de 2025

Operadoras apontam competição com bets pelo gasto do cliente

Operadoras de telecom como Claro e TIM estão olhando com certa preocupação o crescimento das plataformas de apostas (as populares bets) no mercado brasileiro. Além de enxergarem o segmento como competidor pelo gasto do cliente (sobretudo o pré-pago), parcerias com as casas de apostas também são encaradas com cautela.

O tema foi abordado durante o evento TELETIME Tec, promovido por TELETIME em São Paulo nesta quinta-feira, 20. CEO da unidade de consumo da Claro, Paulo Cesar Teixeira afirmou que hoje as bets são os principais competidores das teles pelo “share of wallet” (a porcentagem do gasto que uma empresa captura em relação aos concorrentes), sobretudo na camada de baixa renda.

“É o principal competidor nesse momento, e não sei quanto isso pode ser danoso em um horizonte mais longo. Não sabemos até que ponto a bet é algo bom, porque pessoas de baixa renda com dificuldades de manter necessidades básicas estão apostando de maneira muito simples”, afirmou Teixeira.

Diretor de marketing (CMO) da TIM, Paulo Esperandio seguiu abordagem similar, notando a relevância que a cadeia de apostas já possui no País. A TIM trabalha com a estimativa que hoje existam entre 22 milhões e 25 milhões de usuários das bets no Brasil.

“Elas são uma realidade e um negócio super penetrado, e que gera competição dentro do bolso em relação aos serviços que a gente presta”, afirmou Esperandio, notando que grupos do varejo compartilham da mesma preocupação. Em paralelo, a TIM tem reserva com possíveis parcerias com empresas do segmento de apostas, a exemplo do que as teles fazem com outros recursos, como streaming.

“Eu poderia entrar nisso, mas estaria alimentando a pessoa com algo nutritivo ou com isopor? Isso gera valor? Pode gerar como entretenimento, mas será que é o moralmente correto?”, questionou Esperandio. “Queremos entender em detalhes qual é o impacto desse novo elemento”, completou o executivo.

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