Quinta-feira, 7 de Agosto de 2025

Oi colocará à venda participação na V.tal avaliada em cerca de R$ 13 bilhões

Após se desfazer dos negócios de banda larga, internet móvel e TV por assinatura para pagar dívidas, a Oi está se preparando para dar início à venda do seu último grande ativo. A companhia detém 27,5% da V.tal, empresa de infraestrutura e serviços de telecomunicações, cujo controle é exercido por fundos sob administração do BTG Pactual. A estimativa é que a participação da Oi valha em torno de R$ 13 bilhões, conforme o laudo da consultoria E&Y usado para embasar o plano de recuperação judicial da operadora.

A Oi contratou o banco estrangeiro Houlihan Lokey como assessor financeiro da transação, que será colocada em andamento neste ano, conforme antecipou o presidente da Oi, Marcelo Milliet, em entrevista exclusiva à Coluna.

“Ainda não conseguimos estimar data exata para a venda, mas, neste ano, possivelmente dentro do próximo trimestre, vamos iniciar esse processo. Esse é um ativo grande, com potenciais interessados no Brasil e no exterior”, afirmou. A venda será feita mediante a abertura de um leilão, conforme previsto em processos de recuperação judicial.

Recursos serão usados para abater dívida
O primeiro passo será mandar um prospecto a potenciais interessados e assinar cláusulas de confidencialidade para diligência preliminar do ativo. “Em seguida, quando estiver maduro, abrimos o edital”, explicou Milliet. Os recursos da venda serão usados para abater a dívida da Oi, que totalizava R$ 11,3 bilhões no fim do primeiro trimestre.

A V.tal é uma das maiores empresas de telecomunicações do País, formada a partir da venda dos ativos da Oi nos últimos anos. No primeiro trimestre, o seu faturamento atingiu R$ 1,9 bilhão, com lucro líquido de R$ 230 milhões. O grupo detém a maior rede de fibra ótica do mercado local, que atende provedores regionais de internet.

Além disso, atua na oferta de banda larga diretamente aos consumidores finais por meio da marca Nio, com 4 milhões de clientes. Mais recentemente, ingressou no ramo de data centers, com a Tecto.

De olho na Bolsa
Na visão de Milliet, quem comprar uma participação agora poderá se beneficiar de uma potencial futura oferta inicial de ações na Bolsa (IPO. Na sigla em inglês). “A tendência para empresas desse porte é se tornar de capital aberto. Então, representa uma oportunidade de ganho de valor nos próximos anos”, disse.

A Coluna apurou que o BTG Pactual não tem interesse em ampliar a sua fatia na V.tal neste momento. Segundo fontes, o negócio deve atrair investidores financeiros, como bancos de investimento e fundos de private equity, que investem em participações. No campo das empresas, a TIM é apontada como uma candidata natural, pois é a única das principais teles que não tem uma operação grande de banda larga.

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