Domingo, 26 de Outubro de 2025

Neoenergia espera liberação de mais R$ 700 milhões em novas receitas de transmissão, diz presidente

A Neoenergia tem perspectiva de liberar mais R$ 700 milhões em novas receitas de transmissão nos próximos meses, disse nesta quarta-feira (23) o presidente da Neoenergia, Eduardo Capelastegui.

Segundo ele, que participa de teleconferência com analistas sobre os resultados do segundo trimestre, a Neoenergia teve liberação de R$ 200 milhões em novas receitas anuais permitidas (RAP) no primeiro semestre.

Das quatro linhas de transmissão da companhia em construção, três delas estão com obras com mais de 90% do cronograma cumprido. A quarta linha possui 88% de conclusão da implantação.

Capelastegui calcula que, com a conclusão de todos os quatro projetos, a Neoenergia atingirá uma RAP total de R$ 1,9 bilhão em 2025.

“É uma relevante marca. [Com a conclusão dos projetos,] encerramos o ciclo de investimentos em transmissão que foi iniciado em 2017”, disse o executivo, ressaltando que a Neoenergia não participará do leilão de transmissão previsto para este ano.

O executivo salientou que a parceria com a GIC em transmissão “segue muito bem” e que na primeira metade do ano que vem “com certeza” podem colocar para análise do parceiro da compra, total ou parcial dos quatro projetos em fase de conclusão.

Essa discussão não deve ser iniciada este ano por falta de tempo hábil para as análises, já que os projetos estão em fase de conclusão.

Capelastegui disse também que no segundo trimestre, a Neoenergia teve a conclusão da venda da hidrelétrica Baixo Iguaçu, com entrada de caixa de R$ 1,1 bilhão, e a aprovação, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), da renovação antecipada da concessão da Neoenergia Pernambuco.

Presente à teleconferência, o diretor financeiro e de relações com investidores da Neoenergia, Leonardo Gadelha, ressaltou que os investimentos da Neoenergia nos seis primeiros meses de 2025 somaram R$ 5 bilhões, sendo cerca de R$ 3 bilhões destinados à distribuição. Os recursos nas redes foram aplicados em ações de expansão, manutenção e modernização, de acordo com Gadelha.

Alavancagem

Capelastegui disse que a empresa espera acabar 2025 com um nível de alavancagem de 3,2 vezes, ficando em um patamar de 3,0 vezes em 2026. Segundo ele, a empresa vem em um processo de redução de dívida que tem como efeito principal a queda da alavancagem, indicador medido pela relação entre a dívida líquida e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda). No segundo trimestre, o nível de alavancagem foi de 3,46 vezes.

O executivo Capelastegui ressaltou que a redução do endividamento passa pelo ritmo de desinvestimentos que a companhia seguirá nos próximos meses e destacou que a empresa buscará alternativas para eventual acúmulo de caixa resultante do menor passivo.

Exemplos de desinvestimentos da Neonergia são a joint venture com o fundo GIC para gestão de ativos de transmissão e a venda de usinas, como Baixo Iguaçu, cuja transação com a Copel foi concluída no fim de junho.

As saídas para eventuais sobras de caixa poderão ser um aumento no volume de investimentos em distribuição, segmento no qual a Neonergia prioriza, dentro da atual estratégia, ou aumento na distribuição de dividendos aos acionistas.

 

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