Montadoras chinesas com produção no Brasil dizem não sofrer com crise dos chips
A indústria automotiva global tem enfrentado desafios significativos devido à escassez de semicondutores, popularmente conhecida como crise dos chips. No entanto, montadoras chinesas com produção no Brasil, como BYD e GWM, garantem que suas operações locais não serão afetadas. Como essas empresas estão blindadas contra essa crise e qual o impacto disso para o mercado brasileiro?
Por que a crise dos chips tem afetado a indústria automotiva?
A escassez global de semicondutores, componentes essenciais para a produção de veículos, tem causado paralisações e atrasos na fabricação em diversas montadoras. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) já alertou sobre o risco de novas interrupções na produção no Brasil devido a essa crise.
Essa escassez afeta diversos sistemas dos veículos, desde o gerenciamento do motor e freios até os sistemas de entretenimento e airbags. A dependência desses componentes torna a indústria automotiva particularmente vulnerável a interrupções no fornecimento.
Como BYD e GWM garantem o fornecimento de chips no Brasil?
Ao contrário de outras montadoras, BYD e GWM recebem chips diretamente de suas matrizes na China, o que lhes garante um fornecimento estável. Essa estratégia de integração vertical e parcerias estratégicas permite que essas empresas mantenham suas linhas de produção operando sem grandes interrupções.
A GWM, por exemplo, declarou que não enfrenta riscos em seu fornecimento, que é assegurado pela matriz chinesa. Já a BYD enfatiza sua forte integração vertical, produzindo internamente a maioria dos componentes essenciais, o que a protege contra a escassez de semicondutores. Para saber mais sobre tecnologia, veja como eliminar para sempre os pop-ups do HyperOS da Xiaomi.
Quais são as estratégias de produção local da GWM no Brasil?
A GWM inaugurou sua produção local em agosto, na antiga unidade da Ford em Iracemápolis, São Paulo. Lá, serão fabricados os SUVs Haval 6 (em versões híbridas e plug-in), a picape Poer e o Haval H9 (ambas a diesel). A empresa tem investido em parcerias para garantir o fornecimento de chips.
Para reforçar seu abastecimento de semicondutores, a GWM firmou parceria com a Horizon Robotics, líder em chips de IA para direção inteligente e funções de cabines inteligentes. Além disso, adquiriu a Wuxi Xindong, fabricante de semicondutores, e investe em semicondutores de terceira geração, utilizados em sua marca de carros elétricos de ponta, a Shalong.
Qual a estratégia de produção da BYD no Brasil?
A BYD iniciou sua produção em outubro no Polo Petroquímico de Camaçari, em uma área que antes pertencia à Ford. Ali serão produzidos o elétrico Dolphin Mini, além dos híbridos Song e King. A empresa também tem investido em sua capacidade de produção de semicondutores.
Em junho, a BYD Semicondutores assinou um acordo de investimento estratégico com o Xiaomi Changjiang Industry Fund para ampliar suas pesquisas, desenvolvimento e produção. Esse projeto atraiu diversos investidores estratégicos, financeiros e industriais, demonstrando a importância do setor. Descubra como a Receita Federal utiliza inteligência artificial para aprimorar decisões e serviços.
Como outros setores estão lidando com a crise dos chips?
Outros setores que utilizam chips em seus produtos ainda não relataram dificuldades no fornecimento. A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) informou que seus associados não reportaram falta de chips devido às recentes tensões geopolíticas.
O presidente executivo da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletrônicos (Eletros), Jorge Nascimento, também afirmou que suas associadas não apresentaram problemas relacionados à falta de componentes. No entanto, ambas as associações permanecem monitorando a situação.
Qual o cenário do fornecimento de chips na China?
De acordo com a Reuters, a unidade chinesa da Nexperia retomou o fornecimento de semicondutores para distribuidores locais. Pequim havia proibido as exportações após uma disputa sobre propriedade intelectual com a Holanda, maior acionista da empresa.
A unidade chinesa também instruiu os distribuidores a realizar transações com seus clientes apenas em iuan, a moeda chinesa, em uma tentativa de estabilizar o fornecimento na China e operar de forma mais independente de sua matriz holandesa.
Perguntas Frequentes sobre Crise dos Chips
Por que a crise dos chips afeta tanto a indústria automotiva?
A indústria automotiva depende fortemente de semicondutores para uma variedade de funções essenciais nos veículos, desde o gerenciamento do motor até os sistemas de entretenimento. A escassez desses componentes pode levar a paralisações na produção e atrasos na entrega de veículos.
Como as montadoras chinesas BYD e GWM estão se protegendo da crise dos chips no Brasil?
BYD e GWM recebem chips diretamente de suas matrizes na China, garantindo um fornecimento mais estável. Além disso, a BYD possui uma forte integração vertical, produzindo internamente a maioria dos componentes essenciais, o que reduz sua dependência de fornecedores externos.
