Quinta-feira, 7 de Agosto de 2025

Modelo de SLP tem limitações para o seu uso, diz líder da Abrint

A vice-líder do conselho de administração da Abrint, Cristiane Sanches, afirmou que o SLP (Serviço Limitado Privado) no Brasil tem limitações: “Embora seja um dos grandes cases de redes privativas do mundo, o Brasil tem limitações do ponto de vista regulatório”, disse durante o MPN Fórum, evento organizado por Mobile Time em São Paulo, nesta quinta-feira, 26.

A especialista da associação que representa os ISPs, afirmou que a outorga não permite interconexão com a rede pública e o uso secundário do espectro não traz a segurança jurídica necessária para gerar investimentos. Mas acredita que é possível aprimorar a sua regulamentação para fomentar a inovação e trazer mais segurança na ponta.

“A forma como o SLP está na regulamentação é uma forma antiquada. Ela não ajuda, ela limita”, afirmou Sanches. “Pensando em redes privativas (o ideal seria), algum tipo de abertura, algum tipo de compartilhamento, de dinamismo, de flexibilidade”, completou.

Contudo, a opção não foi muito bem aceita pelos representantes das grandes operadoras, uma vez que essas investiram pesado para adquirir frequências.

SLP na visão das operadoras

A TIM, por exemplo, por meio de Paulo Humberto Gouvea, diretor de soluções corporativas da empresa, reforçou o papel colaborativo das operadoras ao citar o caso da rede privativa do Porto de Santos. “Operamos em outsourcing com eles, uma rede privativa 3,5 GHz em caráter primário durante todo o tempo de concessão que nós pagamos bilhões para ter por 20 anos. E que hoje, em um acordo com o cliente, nós garantimos a ele que ele terá esse mesmo direito”, disse Gouvea. “É importante sim a questão da frequência, mas isso tem valor no mercado”, concluiu.

Por sua vez, Alexandre Gomes, diretor de marketing B2B da Claro Empresas, lembrou que não é apenas frequência arrematada em leilão que faz parte do investimento, mas também a infraestrutura e o cronograma de implementações que culmina em sistemas e aplicações que monetizam as operadoras.

“O grande modelo de negócios e o grande caso de uso do 5G é a rede privativa. O segundo grande caso de uso do 5G chama-se FWA. E o terceiro é o Open Gateway”, disse Gomes, ao afirmar que este pode ser uma alternativa de acesso às tecnologias. “É a exposição das funções da rede para desenvolver aplicações. Tem que remunerar por isso, é claro, mas é um movimento aberto, não só das operadoras, mas de um organismo, a GSMA”, completou.

Um quarto caso de uso citado por Sanches, da Abrint, é o ATSSS, da WBA, que permitiu complementar o 5G privativo com o Wi-Fi, com o espectro não licenciado sendo usado de forma outdoor e o licenciado móvel indoor.

 

 

 

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