Quarta-feira, 6 de Agosto de 2025

Mercado já tem opções sustentáveis

 Concorrentes sustentáveis ganharam terreno sobre o plástico nos últimos anos, impulsionados pela necessidade de diminuir o passivo ambiental associado ao produto. Empresas como Minalba, Suzano e Braskem mostram que essa transição já está em curso, embora ainda esbarre em desafios como preço e adoção em larga escala. 

 A Minalba foi pioneira no lançamento de água mineral em latas de alumínio no país, apostando em um material com maior circularidade e mais sustentável. “O alumínio é 100% e infinitamente reciclável, e quando descartado corretamente, retorna ao mercado em apenas 60 dias. O Brasil tem uma das cadeias de reciclagem de alumínio mais bem estruturadas do mundo, o que reforça o impacto positivo dessa escolha, inclusive na geração de renda para os catadores”, diz Aelio Silveira, CEO da Minalba Brasil. 

 A escolha da lata se tornou parte estratégica da inovação da empresa, processo que recebeu a contribuição de medidas de locais como Jericoacoara (CE) e Fernando de Noronha (PE), que vetaram a venda de embalagens plásticas abaixo de 500 ml. “A água em lata ainda é um formato novo no Brasil, mas tem conquistado especialmente os mais jovens, que buscam praticidade e atitude sustentável”, afirma Silveira. 

 Uma pesquisa da marca Indaiá, que pertence ao mesmo grupo, mostrou que mais de 70% dos entrevistados acharam a experiência de consumo em lata melhor. Ainda assim, o preço segue sendo uma barreira: “Vidro, embalagem cartonada e lata são mais caros que o plástico, e isso pode dificultar o uso diário”, reconhece o executivo. 

 Outra brasileira que avança na substituição ao plástico é a Suzano, com alternativas baseadas em papel de fonte renovável, reciclável e biodegradável. A empresa desenvolveu o Bluecup Bio, voltado para copos e embalagens de alimentos. O objetivo é substituir materiais de origem fóssil, oferecendo isolamento térmico e conforto no uso, diz a companhia. 

 A linha de sustentáveis que substituem o plástico tem também produtos como o Greenpack, usado em alimentos, cosméticos, produtos de higiene e limpeza, e o Greenbag, voltado à produção de sacolas. “Todos os papéis da Suzano partem de matéria-prima renovável e são pensados dentro da lógica da economia circular. O desafio, nesse caso, é garantir também a reciclagem efetiva desses papéis em sistemas urbanos de coleta seletiva ainda pouco estruturados para esse tipo de resíduo”, informa a companhia. 

 Outra alternativa é o bioplástico, produzido a partir de fontes renováveis. A Braskem utiliza o etanol da cana-de-açúcar como matéria prima de sua linha de bioplásticos. “A produção com matéria-prima renovável permite uma redução de até 70% nas emissões de CO2 em comparação ao plástico convencional”, afirma Alex Duarte, líder comercial dessa linha de produtos para a América do Sul. 

 

Compartilhe: