Domingo, 26 de Outubro de 2025

Leilão de transmissão com R$ 7 bi de investimentos já tem duas baixas previstas

O leilão bilionário de linhas de transmissão, previsto para ocorrer em outubro, não contará com a participação de dois nomes frequentes em disputas nesse mercado. A Neoenergia e a Energisa já indicaram como remota a possibilidade de disputarem o certame, que prevê investimentos de R$ 7 bilhões. Entre as razões apontadas, está a elevada taxa de juros e a baixa perspectiva de retorno. Serão leiloados 11 lotes para construção e manutenção de 1.178 quilômetros de linhas, além de 4.400 megawatts (MW) em capacidade de transformação, em 13 Estados. “O momento atual de taxa de juros aqui faz refletir um pouco sobre a necessidade de expansão nesse segmento”, disse o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Energisa, Mauricio Botelho, na divulgação de resultados.

Perspectiva de retorno é baixa

O presidente da Neoenergia, Eduardo Capelastegui, disse, em teleconferência com investidores que, embora a decisão não esteja 100% tomada, nenhum dos lotes “atinge, nem do ponto de vista estratégico, nem do ponto de vista de retorno, os mínimos que nós estamos requerendo”, em relação a um retorno de dois dígitos.

CPFL confirmou presença

O nome mais provável na lista de candidatos é o da CPFL. “Acho que há algumas linhas que se encaixam na estratégia da CPFL, então estamos estudando, ainda em processo de aprovação, mas diria que há boa perspectiva de participarmos”, disse o presidente da companhia, Gustavo Estrella.

OUTRAS. A CPFL, hoje nas mãos dos chineses da State Grid, já tem mais de 10 contratos de concessão. Já empresas como Engie, ISA Energia Brasil e Alupar indicaram avaliar as condições do leilão.

OPORTUNIDADE. Apesar do custo de capital, o leilão é uma possibilidade de as transmissoras renovarem seu portfólio dada a expectativa de uma queda de receita com o fim de algumas concessões a partir de 2030. O racional foi apresentado recentemente pela Taesa que, apesar disso, também não bateu o martelo sobre o certame deste ano. Mas está de olho nas oportunidades “de curto prazo”.

IMPASSE. Parte dos lotes do certame depende da decisão do Ministério de Minas e Energia sobre a extinção de contratos da MEZ Energia, que arrematou trechos em 2020 e 2021, mas não cumpriu os prazos. A Pasta acionou o Tribunal de Contas da União (TCU), que abriu um processo de solução consensual. A versão final do edital deve ser aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no fim de setembro, quando se espera um desfecho.

DE OLHO. As perspectivas do leilão já estão mapeadas por fornecedores. O presidente da Hitachi Energy no Brasil, Glauco Freitas, disse à Coluna que a empresa está preparando as ofertas e as estratégias para o certame, e que o custo de capital deve ser a principal variável do investidor, dada a alta taxa de juros. A Hitachi está construindo uma nova fábrica de transformadores de olho no aumento da demanda do equipamento pelas transmissoras.

PRESENCIAL. Mais de dois anos após o fim da pandemia, o modelo de trabalho híbrido que reinou no mundo corporativo durante a crise sanitária vai ficando escasso. E a volta mais enfática para o presencial vem acompanhada de uma intenção das empresas em otimizar os espaços de trabalho que já têm. Uma nova pesquisa global da consultoria JLL indica diversas iniciativas das companhias na busca por uma maior utilização pelos funcionários das áreas locadas.

AÇÕES. A primeira constatação é: seis em cada dez companhias querem ampliar a presença de funcionários no local. Ao menos 42% das empresas já estabeleceram mandatos de presença no escritório, outras 32% implementaram programas para melhorar a experiência no ambiente corporativo e 9% criaram políticas de incentivo para aumentar a frequência. Os dados são de 2024.

OCUPAÇÃO. A taxa de utilização dos escritórios deve crescer pelo terceiro ano seguido e superar o nível pré-pandemia, para 79% em 2025. Essa métrica compreende não apenas o espaço que está locado (ocupação), mas também a frequência e o tempo em que os funcionários permanecem ali. O indicador vem se recuperando mais rápido na América Latina, onde o nível já está em 58%, ante 54% globalmente.

NA PRAÇA. A fintech Jeitto, aplicativo de crédito e consumo voltado para as classes C e D, junto com a MB Mercado Bitcoin, plataforma de ativos digitais, prepara nova emissão de debêntures tokenizadas, que pode chegar a R$ 250 milhões.

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