Heineken investe R$ 150 milhões em ESG
O Grupo Heineken aposta em um novo pacote de sustentabilidade, chamado Spin Heineken, para se aproximar “do coração do consumidor” e ampliar o escopo de suas medidas ESG. O programa anunciado ontem, que envolve investimentos iniciais de R$ 150 milhões, será desenvolvido com grandes companhias, como Ambipar e Raízen.
Os recursos serão utilizados em ações como centros para reciclagem de até 500 mil toneladas de vidro, projetos de agricultura regenerativa e atividades sociais junto à Central Única das Favelas (Cufa).
O CEO do Grupo Heineken, Mauricio Giamellaro, afirmou que o Brasil é o mercado global mais relevante da Heineken. A companhia concentra a segunda maior participação de mercado na indústria cervejeira nacional e, segundo o executivo, não deve ultrapassar a concorrente Ambev em volume. “Para nós, mais importante do que ter o produto na mão do consumidor é ter no coração, criar propósito na nossa forma de fazer negócio e nos relacionar com nossos parceiros, não verticalizando, mas colaborando”, afirmou.
De acordo o executivo, uma das estratégias para aumentar a percepção de valor do grupo junto aos consumidores é a Spin, maior ação de sustentabilidade desde a chegada do Grupo Heineken ao país, há cerca de dez anos.
Um dos parceiros é a companhia de gestão de resíduos Ambipar, que implementará nove centros de captação de vidro pós-consumo até 2026, atuando com até 600 cooperativas de reciclagem – o dobro da rede atual. As três primeiras unidades para captação, que devem entrar em funcionamento ainda neste ano, serão desenvolvidas em Pernambuco, Bahia e Espírito Santo.
Com o projeto, após doze meses de negociação, o faturamento anual da companhia deve avançar R$ 400 milhões. Já os investimentos por parte da Ambipar somaram R$ 114 milhões.
O CEO da Ambipar Triciclo, Felipe Cury, diz que a capacidade de gerenciamento de até 500 mil toneladas de resíduos anuais não está restrita à parceria com o Grupo Heineken e pode atender outros parceiros comerciais. A capacidade de processamento atual da Ambipar está entre 130 mil a 180 mil toneladas anuais. “Vamos atender ao mercado e ao Brasil. Hoje 75% do vidro pós consumo tem como destino aterro sanitário. Nós vamos captar essa matéria-prima e reinserir na cadeia de produção”, afirmou.
O projeto inclui ainda uma parceria para agricultura regenerativa em parceria com a Rizoma, liderada por Pedro Paulo Diniz. A primeira etapa de agricultura regenerativa será em uma área de mais de 800 hectares na cidade de Itu (SP). Já a parte social será tocada junto à Escola de Negócios das Favelas da Central Única das Favelas (CufA) e a Better Drinks.