Quarta-feira, 6 de Agosto de 2025

Green skills estão em alta no mercado de trabalho

Hoje, tornou-se importante para qualquer profissional acompanhar as notícias de sustentabilidade e saber o significado dos principais verbetes do dicionário verde, a exemplo de ESG, descarbonização e greenwashing. Aqueles que dão um passo além e aprofundam esses conhecimentos – fazendo um bom curso de especialização, por exemplo – podem abrir as portas de uma carreira que promete muitas oportunidades.

“Estamos vivendo uma transformação profunda no mercado de trabalho. A demanda por green skills – habilidades voltadas para práticas sustentáveis e a transição energética – está crescendo mais rapidamente do que a oferta de profissionais qualificados, especialmente em setores intensivos em emissões, como energia, construção e manufatura”, diz Ana Claudia Plihal, executiva de Soluções de Talentos do LinkedIn no Brasil.

Entre as descrições de cargos que vêm despertando demanda acelerada no País, de acordo com os números do LinkedIn, estão design de sistemas solares (atividade que envolve o planejamento e a instalação de painéis fotovoltaicos) e a gestão sustentável (focada no desenvolvimento e na aplicação de processos produtivos com menor impacto ambiental). “Para quem busca se capacitar nessas áreas, as oportunidades são reais: a taxa de contratação de talentos com habilidades verdes no mundo é 54,6% maior do que a média de contratação geral no mercado”, compara Plihal.

O relatório Panorama Sustentabilidade Corporativa 2025, produzido pela Amcham, reforça que a sustentabilidade passou a integrar efetivamente a estratégia de negócios de grande parte das empresas brasileiras: 76% delas já adotam práticas sustentáveis com algum grau de maturidade, o que representa um avanço de cinco pontos porcentuais em relação ao ano anterior.

Na Cia de Talentos, consultoria especializada em oportunidades de estágio e trainee, o interesse em sustentabilidade conta a favor dos candidatos nos processos seletivos. “Como estamos lidando com jovens em início de carreira, a gente olha as green skills menos do ponto de vista técnico e mais do comportamental, em meio ao conjunto das soft skills”, descreve a head de negócios Luana de Paula.

Além da inclinação de personalidade e dos conhecimentos adquiridos por estudo, as green skills são em grande parte construídas também pela vivência. “Como a sustentabilidade não é ainda um mercado amplamente consolidado, é preciso muita dedicação e inovação para trabalhar nesse setor, já que os caminhos nem sempre estão abertos e quase nunca são óbvios”, avalia Caio Queiroz, CEO da Aguama Ambiental, consultoria especializada em impacto socioambiental positivo, com parcerias vigentes em localidades como Fernando de Noronha (PE), Caraíva (BA) e Jericoacoara (CE).

Compartilhe: