Sábado, 2 de Agosto de 2025

Fundo reúne operações do Paraná

A Sercomtel foi comprada em 2020, em privatização de Londrina (PR). O fundo também é dono da Ligga (antiga Copel Telecom), de banda larga fixa, e da Horizons, de conectividade e TI para empresas. Todas ficam no Paraná e o grupo de Tanure e parceiros decidiram enxugar as atividades, concentrando-as no Estado.

• EDITAL. Vale lembrar que, além dos R$ 82 milhões desembolsados no leilão, a Sercomtel teria que investir cerca de R$ 700 milhões para cumprir todas as obrigações de cobertura previstas no edital. Essa equação ficou mais difícil com a disparada dos juros no País.

• METAS. O conjunto de obrigações inclui ativar o 5G em 758 municípios pequenos, com menos de 30 mil habitantes, na Região Norte e em São Paulo, e implantar um backhaul (rede central de fibra ótica) de 554 quilômetros em 19 municípios. Essas metas devem ser entregues de forma gradual, atingindo 30% em 2026 e 100% em 2029, segundo o edital.

• ÁGUA NO DESERTO. Com a venda das licenças, a conta será passada para o comprador, o consórcio Amazônia 5G. “Não é um desafio pequeno, mas a conta não vai ficar tão grande quando se divide entre todos os provedores”, disse o presidente do consórcio, Luiz Claudio Soares Pereira, em entrevista. “A receita prevista também é grande. Vai ser ‘como vender água no deserto’, porque há regiões sem internet móvel alguma.”

• ESTADOS. O consórcio Amazônia 5G é composto por oito operadoras principais, encabeçando os negócios em cada Estado: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e São Paulo. Cada uma fornece a infraestrutura de rede para dezenas de outros provedores locais. Ao adquirir as licenças, o consórcio poderá habilitar o sinal nessas áreas. “Vamos viabilizar o espectro de 3,5 Ghz para esses provedores levarem o 5G para as pequenas comunidades onde as grandes operadoras não têm interesse de atuar”, explicou Pereira.

• TEM NEGÓCIO. A volta da Totvs à mesa de negociações para comprar a empresa de softwares Linx tem o preço como principal motivador. Fontes ouvidas pela Coluna afirmam que o preço pelo qual a Stone está disposta a vender a Linx ficou mais próximo ao que a Totvs considera justo, e estimam que as negociações estariam em cifras entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões.

• BALANÇO. Desde que a Totvs se retirou do processo, em fevereiro, a Stone fez uma baixa contábil relativa ao ágio pago pela Linx em 2021, e que foi ao todo de R$ 3,6 bilhões. À época, a empresa alegou ter revisado as previsões tanto de venda cruzada entre software e serviços financeiros quanto as perspectivas para a economia. Procuradas, a Stone e a Totvs não comentaram.

• MENOR. Bancos de investimento consideram que o valor da Linx ficou mais próximo ao que se estimava quando o processo de venda começou, no ano passado. O Citi calcula que a potencial venda poderia render até R$ 4,35 bilhões para a Stone. Já o Bank of America afirma que o valor da Linx hoje está em R$ 4 bilhões. Ambos são menores que os R$ 6,7 bilhões pagos pela Stone em 2021, e que os R$ 6 bilhões que a Totvs ofereceu naquela época.

• DE VOLTA À CARGA. Essa é a terceira vez que a Totvs tenta comprar a Linx. A primeira foi em 2020, quando saiu perdendo. A segunda foi no ano passado, quanto a Stone colocou o negócio à venda.

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