Domingo, 7 de Dezembro de 2025

Faturamento do setor eletrônico fecha 2025 com crescimento real de 4%, diz Abinee

Apesar dos desafios enfrentados pela economia em 2025, a indústria elétrica e eletrônica encerrou o ano com um faturamento de R$ 270,8 bilhões, representando crescimento real de 4% em relação a 2024 — já descontada a inflação projetada de 4,5% pelo Índice de Preços ao Produtor (IPP).

O presidente da Abinee, associação que reúne as indústrias de equipamentos elétricos e eletrônicos, Humberto Barbato, destacou que o aumento no faturamento foi influenciado não apenas pela inflação do setor, mas também pela mudança no perfil de consumo de bens de informática e telefones celulares.

“O consumo está mais direcionado para equipamentos com mais recursos, mais tecnologia e, portanto, com preços mais elevados”, afirmou Barbato em entrevista coletiva.

Apesar do bom desempenho do faturamento, o resultado poderia ter sido melhor caso o aumento da demanda por produtos mais avançados viesse acompanhado de crescimento no volume das vendas.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), compilados pela Abinee, apontam que a produção industrial do setor deve fechar 2025 com queda de 1,4% em relação ao ano anterior.

Segundo Barbato, essa retração resulta de recuo de 0,8% na área elétrica e de 2% no segmento de eletrônicos. A utilização da capacidade instalada (Nuci) permaneceu estável em 78%.

Mesmo assim, indicadores de emprego e investimentos apresentaram alta em 2025. O número de trabalhadores no setor cresceu 1%, totalizando 288 mil empregados — 3,5 mil a mais do que no final de 2024. Os investimentos subiram 9%, passando de R$ 4,3 bilhões em 2024 para R$ 4,7 bilhões em 2025. “O ano surpreendeu positivamente, mesmo diante de um cenário desafiador”, avaliou Barbato. “O crescimento no faturamento pode ser explicado pela mudança no perfil de consumidor, que tem buscado produtos mais sofisticados e novas tecnologias.”

O dirigente acrescentou que áreas estratégicas como data centers e inteligência artificial também impulsionaram investimentos e ampliaram a demanda por tecnologia de ponta no País.

Projeções

Para 2026, a expectativa é de que o setor feche o ano com faturamento de R$ 289 bilhões, o que representaria crescimento real de 3% sobre o resultado de 2025.

Diferentemente de 2025, quando a produção física caiu 1,4%, para 2026 a previsão é de expansão de 2%. O número de empregados deve crescer de 288 mil para 292 mil, enquanto a utilização da capacidade instalada deve recuar de 78% para 77%.

Os investimentos projetados somam R$ 5 bilhões, alta de 7% em relação a 2025. As exportações devem crescer 3% e as importações, 4%, mantendo o setor em ritmo de expansão.

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