Eletrobras investe R$ 7 bi em projetos de reforços e melhoria de transmissão
A Eletrobras tem projetos de reforços e melhorias de grande porte que somam R$ 7 bilhões em investimentos, disse o diretor de Novos Negócios e Transmissão da Eletrobras, Fernando Cardozo, durante participação no Congresso Construmetal, evento do setor de construção metálica. Adicionalmente, ele citou que existem também milhares de outros projetos de pequeno porte, cujo montante total de investimentos não revelou.
Somente neste ano, a companhia prevê realizar R$ 4,5 bilhões em projetos de reforços e melhorias, montante superior aos R$ 3,5 bilhões realizados no ano passado.
As melhorias de grande porte correspondem a obras que envolvem substituição ou reforma de transformadores de potência, equipamentos de controle reativo. Normalmente, são motivadas por obsolescência das instalações atuais, vida útil esgotada, falta de peças de reposição, desgastes prematuros ou restrições operativas. Essas intervenções exigem aprovação prévia da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que define o prazo de execução e a Receita Anual Permitida (RAP).
Já os reforços de pequeno porte abrangem obras em módulos de conexão de equipamentos e outras obras associadas, e a remuneração associada é definida apenas nas revisões tarifárias das concessionárias, que ocorrem a cada cinco anos.
A relação com receitas futuras ainda desconhecidas, a serem conhecidas apenas nas revisões, foi o motivo dado por Cardozo para não citar os valores de investimentos envolvidos. “A gente evita falar para não gerar expectativa no mercado, mas são muito expressivos também”, comentou.
Segundo Cardozo, a expectativa da companhia é seguir avançando nos projetos de reforços e melhorias nos próximos anos, mas admitiu que isso dependerá do cenário setorial e da capacidade de atendimento da indústria. “Os nossos investimentos serão feitos com responsabilidade”, limitou-se a dizer.
Leilões
Durante sua participação no Painel “Transmissão de Energia Elétrica: Reforços, melhorias, ampliação e modernização”, o executivo também comentou sobre a participação da companhia em leilões de novos empreendimentos de transmissão, que passou a ser constante nas últimas disputas. “De 2023 para cá, nos últimos dois anos, o Brasil ofertou 30 lotes, estivemos presentes em 26 e arrematamos 7”, disse. “E quem observa as ofertas percebe que estávamos na foto na maioria delas”, acrescentou, referindo-se ao fato de que a companhia tem sido competitiva em seus lances.
Ao Estadão/Broadcast, ele comentou que avalia que a empresa passou a estar em condição de igualdade com o mercado, uma mudança em relação aos anos anteriores, quando a companhia foi até mesmo impedida de participar por meio de algumas subsidiárias devido a atrasos em projetos arrematados. “Hoje estão todas liberadas”, lembrou, acrescentando que recentemente a companhia entregou obra arrematada em leilão de 2022, dentro do prazo.
De acordo com ele, a Eletrobras está estudando os lotes do próximo leilão, marcado para 31 de outubro, mas não deu detalhes sobre o foco de interesse. “A participação em um leilão, numa companhia como a Eletrobras, acontece às vésperas do leilão”, afirmou.
