Quarta-feira, 6 de Agosto de 2025

Economia Circular: conheça modelos que impulsionam negócios em Florianópolis

Apesar de parecer distante do cotidiano, a economia circular pode ser encontrada todos os dias nas ruas. São casos de redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e energia para evitar o desperdício e movimentar o mercado de forma sustentável.

Florianópolis e região possuem uma série de iniciativas nesse sentido, com casos em que materiais que iriam para o lixo ganham uma nova vida. É para destacar as vantagens da economia circular e para debater soluções para a Capital e região, que no dia 17 de julho o Jornal ND irá promover o Fórum 2050.

Confira algumas iniciativas de economia circular de destaque:

Upcycling, a moda sustentável
Os brechós são um grande exemplo de economia circular. Já conhecidos pela população, eles trabalham com a compra e venda de roupas, acessórios e utensílios de segunda mão. Mas, assim como a moda, também evoluíram e abriram espaço para uma nova tendência de economia circular: o upcycling.

Traduzida como “reutilização”, é a técnica que consiste em dar um novo uso a tecidos e peças de roupas que seriam descartados na economia tradicional (também chamada de linear). Por meio do upcycling, o desperdício de materiais usados em ateliês cai e a criatividade do designer só cresce.

“O upcycling, alinhado ao slow fashion, surge como uma forma de reduzir os danos causados pelo desperdício da indústria têxtil. Dessa forma, dependemos que as pessoas adotem um pensamento consciente na hora de adquirir suas roupas”, diz Thauana Nobre, dona da Cyber Fashion Custom.

O slow fashion (moda lenta) é um aspecto da moda sustentável que defende a fabricação de roupas mais duráveis e ecológicas em prol do meio ambiente, das pessoas e dos animais.

“Ao trabalhar com sustentabilidade, enxergamos a necessidade de vivenciar essa experiência por completo, não só ressignificando roupas mas também reciclando lixo, doando itens, comprando em brechós e bazares e fazendo parte de um movimento que busca um mundo mais sustentável”, finaliza Thauana.

O reaproveitamento é essencial na economia circular

Assim como na indústria têxtil, a atenção e reutilização do óleo de cozinha foi o ponto de partida para outro projeto de economia circular, o Programa ReÓleo, criado pela a Acif (Associação Comercial e Industrial de Florianópolis).

Em mais de 25 anos de contribuição sustentável, a iniciativa foi responsável por arrecadar mais de cinco milhões de litros, impactando mais de 76 mil pessoas. O programa foi incentivado pela preocupação com o descarte em mares e lagoas.

Desde 1998, o foco é a coleta e transformação do líquido, utilizado na fabricação de biodiesel e em itens de limpeza — o intuito é amenizar o uso de fontes finitas.

“Preservar os recursos hídricos, os ecossistemas, reduzir a quantidade de gordura no sistema de coleta e tratamento de esgoto, melhorando a eficiência”, afirma o embaixador do programa, Luiz Antônio Falcão de Moura.

Grandes problemas, grandes soluções
Levar o óleo de cozinha até o ponto de coleta é uma atitude pequena que contribui não só com o meio ambiente, mas também com a “roda gigante” promovida pela economia circular.

Mas quando o descarte é grande e não pode ser levado para pontos de coleta, muitas vezes acabam sendo despejados na rua ou em ferros velhos, como no caso de eletrodomésticos como geladeiras, máquinas de lavar roupas e TVs.

Pensando nisso, a Prefeitura de Florianópolis se uniu com a Abree (Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos), empresa que faz diversas parcerias para ajudar na coleta e reutilização de materiais eletroeletrônicos.

Em relação aos eletrodomésticos e eletrônicos de grande porte, a prefeitura opera um sistema de agendamento de coleta destes resíduos via WhatsApp e e-mail. A Abree viabiliza o recebimento destes produtos no final da vida útil e realiza o descarte adequado ou o reaproveitamento.

No caso dos eletroeletrônicos de pequeno porte, a Green Eletron trabalha com os PEVs (Pontos de Entrega Voluntárias). Os PEVs são pontos de coleta sustentáveis, focados em separar ainda mais o lixo eletrônico. A proposta é estar em locais de fácil acesso à população.

Com diversos pontos de coleta espalhados por Florianópolis, a Green Eletron incentiva o descarte correto do lixo eletrônico para futuro descarte ou reaproveitamento do material - Foto: Reprodução/Green Eletron

 

Com diversos pontos de coleta espalhados por Florianópolis, a Green Eletron incentiva o descarte correto do lixo eletrônico para futuro descarte ou reaproveitamento do material – Foto: Reprodução/Green Eletron

Com base na logística reversa, a Green Eletron faz o descarte e reutilização de eletroeletrônicos e pilhas para contribuir com o meio ambiente.

Os PEVs guardam os resíduos eletrônicos e pilhas e possuem quatro tamanhos: P, M, G e GG. Cada um desses tamanhos suporta um peso específico, que deve ser conferido antes de descartar seu eletroeletrônico.

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