Sábado, 18 de Outubro de 2025

Curso de Gestão em Curitiba ensina catadores a aumentar ganhos com resíduos eletrônicos

Mais do que capacitação, a oficina de Gestão de Resíduos Eletroeletrônicos é considerada uma oportunidade de reposicionar cooperativas de recicláveis de Curitiba como protagonistas da economia circular. Pelo menos 15 participantes são aguardados no Escritório Verde da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UFTPR) dia 26 de setembro próximo para troca de conhecimentos e estratégias.

O objetivo é fazer da reciclagem um ato de sustentabilidade, mas também um negócio rentável, já que haverá foco em temas como comercialização de resíduos eletrônicos com base em itens individuais – placas-mãe, baterias, monitores, telas, semicondutores etc. Se vendidos como sucata metálica, calcula-se em R$ 950 o valor de uma tonelada. O mesmo volume de computador desmontado é avaliado em R$ 15 mil.

“Nossa maior dificuldade era a falta de conhecimento sobre os próprios resíduos. Através do curso, tivemos informações importantes como algumas peças que contêm ouro e prata. Então, jogávamos materiais como esse com outros resíduos menos valiosos como sucata de ferro” – diz Mylena Santana, do Mundo da Reciclagem, uma das cooperativas participantes.

Além disso, há o fator segurança, seja para os profissionais seja para o meio ambiente. REEE têm metais perigosos como mercúrio, chumbo e arsênio, daí a importância da desmontagem e destinação adequadas desses componentes, como já foi ensinado ao mesmo grupo no curso de Desmontagem realizado em julho (foto).

Entre as informações repassadas na Oficina de Gestão estão também possibilidades de parcerias com programas como os da HP, Green Eletron e ABREE, estruturação de centros de desmontagem e separação de componentes, ampliação dos negócios com compra direta de materiais de catadores avulsos, além do fortalecimento de redes colaborativas.

Segurança jurídica

Conhecimento legal é outro tópico em destaque. Ao entenderem as leis municipais e estaduais sobre resíduos, as cooperativas podem atuar com mais segurança jurídica e reivindicar seus direitos com mais propriedade, além de ter acesso a políticas públicas. Saber como o governo federal apoia os catadores também abre portas para parcerias, financiamentos e inclusão em programas oficiais.

Para encerrar, haverá a Roda de Conversa para escuta ativa e soluções coletivas, levantando os principais desafios enfrentados no dia a dia, a fim de construir, juntos, caminhos viáveis e inovadores. Entre os participantes estarão as cooperativas Kattar, Arepar, ACMRC, Cataparaná, Mundo da Reciclagem, Resol, Reciclemais, Acarfs e ACR Comunidade Unida.

 

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