Comam aponta necessidade de ampliar percentual de reciclagem de resíduos
Das mais de 5 mil toneladas de resíduos coletadas mensalmente em Novo Hamburgo, apenas 250 são encaminhadas para reciclagem. Materiais como papel, plástico e alumínio poderiam ter um novo destino se todos fizessem sua parte na hora de separar o lixo. Reduzir os custos de transporte e deposição final dos rejeitos produzidos na cidade, bem como conscientizar a população sobre o assunto, está entre as principais preocupações da Comissão de Meio Ambiente da Câmara (Comam). Para acompanhar o trabalho de triagem, o grupo visitou na manhã desta quarta, 23, a Central de Resíduos da Roselândia. Hoje, 82 cooperados atuam no local.
O colegiado, composto pelo presidente Ricardo Ritter – Ica (MDB), o relator Nor Boeno (MDB) e a secretária Deza Guerreiro (PP), conversou com os integrantes da cooperativa Coolabore, responsável pelo serviço, para entender melhor o processo e também como orientar a comunidade. Vice-presidente da cooperativa, Tassia Rodrigues explicou como é feita a triagem e quais os materiais que possuem maior valor agregado. Ressaltou também a importância da atuação para os trabalhadores que geram renda para o sustento de suas famílias, para o Município, com a economia na deposição final dos resíduos, e especialmente para o meio ambiente. “Cada resíduo que a gente consegue colocar de volta na cadeia produtiva evita a retirada de mais matéria-prima da natureza, reduzindo o desmatamento e a contaminação do ar”, enfatizou.
Sobre a conscientização, pontuou que os moradores não precisam separar seu lixo, bastando não misturar. “Apenas três lixeiras: uma para os rejeitos de banheiro, outra para a cozinha e uma terceira que abrigue todos os materiais recicláveis já são suficientes”, exemplificou.
Conforme a diretora de Limpeza Urbana da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Cristiane Hermann, o transbordo recebe em média 180 toneladas de resíduos por dia, contabilizadas as maiores quantidades às segundas e terças-feiras. Atualmente, a Prefeitura paga R$ 110,00 por tonelada para o transporte do composto orgânico até o aterro sanitário em Minas do Leão e outros R$ 135,76 por tonelada para a destinação final. Para a gestora, a parceria com o Legislativo é fundamental tanto para a divulgação das ações realizadas pelas cooperativas que integram o programa Catavida quanto para auxiliar na discussão de políticas públicas. “As cooperativas têm contrato de prestação de serviço, não são uma ONG. Elas ganham por um trabalho feito com excelência, inclusive atendendo à Lei Federal nº 12.305/2010.”
Presidente da Comam, Ica enfatizou o desejo de compartilhar o conhecimento sobre a atividade com os novos parlamentares e também com a comunidade. “Reciclamos cerca de 5% do lixo recolhido diariamente e precisamos aumentar esse percentual com urgência, para gerar renda a mais famílias e utilizar esses recursos gastos pela Prefeitura para outros investimentos.” Por fim, fez um apelo para que as pessoas estejam atentas ao assunto e não misturem comida com o lixo reciclável.
A Comissão de Meio Ambiente segue realizando uma série de visitas. Nas próximas semanas, o grupo pretende retornar à Central de Resíduos do Recreio, localizada em Minas do Leão.
O que são as comissões?
A Câmara conta com oito comissões permanentes, cada uma composta por três vereadores. Essas comissões analisam as proposições que tramitam pelo Legislativo. Também promovem estudos, pesquisas e investigações sobre temas de interesse público. A Lei Orgânica Municipal assegura aos representantes de entidades da sociedade civil o direito de participar das reuniões das comissões da Casa, podendo questionar seus integrantes. As comissões se reúnem semanalmente na sala Sandra Hack, no quarto andar do Palácio 5 de Abril.