Quarta-feira, 6 de Agosto de 2025

Com celular de alto valor, Huawei retorna ao país

 A Huawei confirmou que está de volta ao mercado brasileiro de celulares, após um hiato de seis anos desde que saiu do mercado. Desta vez, a gigante chinesa de eletroeletrônicos aposta em dispositivos de alto valor, com telas dobráveis, informou um porta-voz da empresa ao Valor. Quando deixou o mercado brasileiro, em 2019, a Huawei vendia aparelhos mais simples, os chamados “modelos de entrada”. 

 “A percepção está mudando e as pessoas estão prontas para abraçar as telas dobráveis”, disse o porta-voz da empresa para a América Latina. “A Huawei não está mais produzindo celulares de entrada.” 

 A fabricante lança dois modelos com telas dobráveis ‘superpremium’. Ambos já eram exibidos no site da Huawei no Brasil, reforçando outras pistas deixadas pela empresa sobre seu retorno. “As pessoas, nas redes sociais, estão pedindo nossa volta ao Brasil. Permanecemos confiantes de que nossos produtos são inovadores, competitivos surpreendentes”, disse o porta-voz. 

Para a fabricante, as pessoas estão prontas para abraçar as telas dobráveis

 Os novos modelos são o Mate X6, com duas telas, lançado no exterior em dezembro de 2024 por 13 mil yuans (pouco mais de R$ 10 mil), e o Mate XT. Esse é o primeiro dobrável com três telas do mercado, segundo a Huawei. Abertas, as telas chegam a 10,2 polegadas, o tamanho de um tablet. O Mate XT foi anunciado em setembro na China a partir de 20 mil yuans (cerca de R$ 15,4 mil). 

 A fabricante chinesa retorna ao mercado brasileiro de celulares em um cenário muito mais concorrido e no qual as vendas de dobráveis representam 0,1% do mercado, conforme apurou o Valor.

 “É um mercado que pode crescer bastante, mas que ainda é muito pequeno principalmente em países emergentes”, diz o diretor de pesquisas da IDC, Reinaldo Sakis. 

 Além disso, a empresa aposta na importação de produtos de suas fábricas na China. Já as concorrentes chinesas Oppo, Jovi e Realme chegaram ao país entre abril de 2024 com parceiros locais de manufatura. 

 A empresa venderá os aparelhos nos “ marketplaces ” Amazon, Mercado Livre, Shopee e na plataforma de vídeos TikTok, pelo TikTok Shop, além da rede de lojas on-line e físicas FastShop. 

 A empresa diz que está tomando medidas para evitar as vendas ilegais de aparelhos. Este ano, o comércio ilegal deve representar 14% do comércio no país, estima a IDC. O aumento do preço médio dos aparelhos pode levar a uma evasão fiscal de R$ 3,5 bilhões este ano, informou a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), em maio. 

 

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