Brasil tem queda no roubo e furto de celulares em 2024
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública nesta sexta-feira, 25, mostra que em 2024 houve uma queda no roubo e furtos de aparelhos celular de 12,6%, quando comparamos com os dados de 2023.
O documento apresenta uma série histórica desde 2018, e, segundo o Fórum, há três situações bastante nítidas que merecem destaque. A primeira é que, em quatro desses sete anos de levantamento, o patamar de registros esteve na casa de um milhão de casos anuais, sendo que os números só foram menores no período da Pandemia de Covid 19, entre 2020 e 2021, e agora em 2024.
O Anuário aponta que um dos motivos da queda de roubos e furtos de celulares em 2024 se deu pelo estado do Piauí, que foi o pioneiro na implementação de um programa de recuperação e alerta de aparelhos roubados ou furtados. Nesse estado, a taxa de roubos e furtos de celulares caiu 29,7%. Ou seja, explica o relatório, os números confirmam a ideia de que tais práticas delituosas são sensíveis à ação mais focada das instituições de segurança pública.
Outro dado apresentado no relatório indica que, a partir de 2023, a relação entre as ocorrências de roubo e furto se inverte e os casos de furtos passam a ser a maioria entre o total de registros em 2023 e 2024.
Enquanto em 2018, os registros de furtos representavam 43,7% do total de casos notificados, em 2023 e em 2024, essa proporção foi, respectivamente, de 53% e 56%. Em uma primeira leitura, a forma como os aparelhos celulares estão sendo subtraídos de seus proprietários sugere uma redução da violência envolvida.
No entanto, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública faz uma ressalva sobre casos com violência que evoluíram para latrocínios, o roubo seguido de morte, e que, portanto, deixaram de ser registrados como roubos e furtos apenas. Mas, no caso, explica o Fórum, essa ressalva é metodológica mais do que empírica, na medida em que o número de latrocínios no Brasil também caiu em 2024, em relação a 2023.
Celulares roubados e recuperados
Embora nem todas as Unidades da Federação compilem essas informações, 15 estados informaram dados de celulares recuperados para os anos de 2023 e 2024. A soma de registros dessas quinze Unidades da Federação dá conta da recuperação de 35.666 aparelhos celulares em 2024, um volume 2,2% inferior àquele registrado em 2023.
Os maiores aumentos no percentual de recuperação de celulares foram observados em Santa Catarina (132,6%) e Acre (67,9%). Nesses dois estados, a relação é de um aparelho recuperado para cada 8,1 e 15,0 subtraídos, respectivamente. A média nacional para as Unidades da Federação que informaram tais dados é de um aparelho recuperado para cada 12 aparelhos furtados/roubados.
Por outro lado, o estado com a pior relação entre celulares furtados ou roubados e equipamentos recuperados foi o Pará, que registrou um aparelho recuperado para cada 65,3 aparelhos furtados/roubados.
Em sentido contrário, os estados com as melhores relações entre ocorrências de furtos e roubos e registros de aparelhos recuperados são o Piauí (2,7 celulares furtados/roubados para cada recuperado), e Pernambuco (4,7 celulares furtados/roubados para cada recuperado). Importante destacar o Piauí como pioneiro na implementação de um programa específico para essa modalidade. Pernambuco, por sua vez, tem não apenas um programa específico, mas dois.
Marcas mais roubadas
Quanto às marcas dos aparelhos subtraídos, em primeiro lugar aparece a Samsung, com 37,5%. A proporção é compatível com a participação da marca no mercado nacional, que era de 38% em fevereiro de 20244.
A segunda marca com maior número de celulares subtraídos foi a Apple (24,3%), que possui apenas 10% de participação no mercado brasileiro. Em seguida, vêm a Motorola, que representou 22,7% dos celulares subtraídos no último ano, e a Xiaomi, com 12,2%. Outras marcas corresponderam a 3,2% dos celulares roubados e furtados no último ano.