Sexta-feira, 22 de Agosto de 2025

As estratégias da TIM na banda larga fixa, torres e RAN Sharing

A TIM vai manter uma postura cautelosa no negócio de banda larga, optando por não sair do mercado, tampouco realizar grandes investimentos a curto prazo. No entanto, a postura pode mudar caso a convergência entre fixo e móvel se torne importante para os resultados da operadora, indicou o CEO da tele, Alberto Griselli, nesta quinta-feira, 31.

Segundo o executivo, a empresa “não está pisando no acelerador” na banda larga porque o mercado brasileiro “é extremamente competitivo” e, até o momento, “a convergência não é algo que impacta a nossa performance”.

Vale lembrar que, no segundo trimestre, o lucro e a receita líquida da TIM cresceram, respectivamente, 25% e 4,7%. Enquanto a telefonia móvel avançou 5,8%, a banda larga registrou baixa de 3,6% no faturamento.

Em coletiva de imprensa, Griselli ponderou que o cenário atual pode mudar. Desse modo, a empresa não planeja se desfazer do serviço fixo.

Nota-se que a base de Internet fixa da TIM ficou praticamente estável no intervalo de um ano (799 mil assinantes). Contudo, a carteira de clientes atendidos por fibra óptica avançou 5,7%, passando de 733 mil para 779 mil – cerca de 20 mil clientes ainda são conectados por redes de cobre. De todo modo, as assinaturas de banda larga ainda gravitam em torno de apenas 3,4% da receita da empresa.

“A banda larga não muda a nossa vida, mas isso é hoje. Estamos estudando soluções para ver onde, de fato, conseguimos manter a opcionalidade da convergência no futuro e utilizar de forma mais eficiente o nosso capital”, disse o CEO.

O executivo ainda ressaltou que “não tem nada definido” em relação a uma eventual compra da I-Systems, empresa de rede neutra da qual a TIM possui 49% do capital social. Os demais 51% pertencem à IHS Brasil. Portanto, repetir a estratégia da Vivo, que recentemente assumiu o controle da FiBrasil, não está nos planos de curto prazo.

Contratos de torres em revisão
A TIM tem se esforçado para renegociar os contratos de torres. A empresa informou que mais de 6 mil sites já foram desligados ou remanejados, enquanto outros 30% seguem em negociação. A ideia é não rescindir contratos, evitando, assim, o pagamento de multas.

“Continuamos as negociações com vários parceiros. Alguns são mais abertos, outros nem tanto”, disse a diretora financeira da TIM, Andrea Viegas. “Com esses que não estão abertas à negociação, vamos procurar opcionalidades. Torres muito caras vamos descomissionar, procurar outro parceiro ou construir a torre por nossa conta – mas isso é para coisas mais específicas, como atendimento B2B”, acrescentou.

RAN sharing com a Vivo
Sobre o acordo de compartilhamento de rede (RAN sharing) com a Vivo, o diretor de Assuntos Regulatórios e Institucionais da TIM, Mario Girasole, confirmou que a empresa vai responder aos questionamentos do Conselho Administrativo de Defesa do Consumidor (Cade) no prazo.

No dia 15 de julho, o relator no Cade concedeu 30 dias corridos para a prestação dos esclarecimentos. Em linhas gerais, as operadoras buscam autorização para RAN sharing em até 98% dos municípios do País no que diz respeito a redes 2G, além de 80% das cidades envolvendo Single Grid 3G/4G.

“Estamos razoavelmente confiantes de que, respondendo todas as perguntas do Cade, isso será mais uma alavanca para a expansão do serviço no Brasil”, afirmou Girasole.

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