Anatel defende inclusão na Cúpula Mundial da Sociedade da Informação
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) participou na última quarta-feira, 9, do WSIS+20, evento integrante da Cúpula Mundial da Sociedade da Informação (WSIS 2025), realizada em Genebra, na Suíça.
A WSIS 2025 é promovida pela União Internacional de Telecomunicações (UIT) para debater os avanços e desafios no setor. A agência brasileira foi representada pelo conselheiro da Anatel, Alexandre Freire – que, em discurso, defendeu uma “abordagem humanista da transformação digital”, com foco em inclusão.
“Mais de 75% dos nossos municípios estão conectados por redes de fibra óptica, atingindo quase 95% da nossa população, e também temos cobertura 4G em todos os municípios e em 70% das comunidades rurais que nem sequer são sedes oficiais de cidade. Dito isso, sabemos que esses números não contam toda a história: muitas pessoas continuam excluídas da vida digital – não apenas por falta de infraestrutura, mas por desigualdades mais profundas”, apontou Freire.
Neste sentido, o conselheiro defendeu a necessidade de conexão de comunidades indígenas e quilombolas, de mulheres em situação de vulnerabilidade e de refugiados. Segundo Freire, levar conectividade a quem está à margem não é apenas uma questão de infraestrutura, mas um gesto de reparação histórica e de afirmação de direitos.
O representante da Anatel também destacou as diretrizes da conectividade significativa, além da expansão das redes. “Estamos expandindo as redes de telecomunicações para áreas rurais e remotas, e, ao mesmo tempo, promovendo a capacitação em habilidades digitais para que as pessoas possam usar a internet de forma segura e significativa”.
“Precisamos de colaboração entre governos, empresas e instituições de pesquisa. Juntos, podemos construir políticas que apoiem a inovação e nos aproximem de um mundo no qual a inclusão digital seja um direito, não um privilégio”, finalizou Freire.
A Anatel também destacou iniciativas em curso no Brasil, como a adoção do modelo de sandbox regulatório para inovação sustentável, as parcerias para governança integrada ao lado de instituições como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), além de iniciativas de capacitação adaptativa para reguladores.