Alupar registra lucro líquido de R$ 298,8 milhões no 1º trimestre, alta de 17,2%
A Alupar, holding que atua em geração e transmissão de energia elétrica, registrou lucro líquido de R$ 298,8 milhões no primeiro trimestre de 2025, crescimento de 17,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o lucro foi de R$ 254,9 milhões.
O resultado positivo foi impulsionado principalmente pelo desempenho do segmento de transmissão, de acordo com os critérios societários (IFRS). O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado foi de R$ 932,5 milhões no trimestre, alta de 14,9% sobre o mesmo período de 2024.
A margem Ebitda ajustada manteve-se robusta em 88%, variação de 5,3 pontos percentuais. A receita líquida do grupo fechou o trimestre com alta de 22,8%, no patamar de R$ 1,22 bilhão.
Considerando os indicadores do resultado regulatório, o lucro líquido consolidado da companhia teve queda de 9%, somando R$ 140,1 milhões, abaixo dos R$ 153,9 milhões de um ano antes. Ainda segundo esse critério, a receita líquida da empresa teve uma alta de 8,3% no comparativo entre mesmos trimestres, para R$ 857,5 milhões. O Ebitda somou R$ 685,6 milhões, uma alta de 2,5% na mesma base de comparação.
A companhia investiu R$ 172,5 milhões no trimestre, sendo R$ 169,3 milhões apenas no segmento de transmissão. A dívida líquida consolidada da Alupar recuou 2,5% no trimestre e fechou em R$ 8,9 bilhões. O perfil de endividamento permanece compatível com a natureza de longo prazo do setor elétrico, com grande parte da dívida indexada ao IPCA e concentrada no longo prazo.
Luiz Coimbra, diretor de relações com investidores, lembra que a Alupar oficializou a unificação de duas de suas empresas de transmissão de energia. A TAP (Transmissora do Alto Paranaíba) teve suas atividades encerradas e todos os seus direitos e obrigações foram transferidos para a TECP – Transmissora de Energia Central Paulistana, que também pertence ao grupo.
“O impacto em nosso resultado veio principalmente do segmento de geração, devido ao ‘curtailment’ [cortes na produção de energia impostos pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)]. Essa limitação ocorreu, em grande parte, por conta da indisponibilidade do bipolo de Xingu, em Belo Monte, o que dificultou a transferência de energia do Nordeste para o Sudeste”, explica.
Na média, 16% da geração da empresa foram cortados, percentual menor do que em trimestres anteriores, quando quase metade dos projetos eólicos ficou parada, mas ainda causando prejuízos. Outro impacto foi o deslocamento de preços em submercados. Analistas já alertavam que a disparada do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) dos submercados Sudeste/Centro-Oeste e Sul representa um problema do setor elétrico brasileiro.
A empresa tinha 214 megawatts (MW) de projetos eólicos para construir, mas instalou apenas 63 MW e desistiu de executar o restante por conta do contexto de sobreoferta de energia no Brasil e dificuldade de novos contratos no setor.
Linhão de Tucuruí
A companhia também aprovou a distribuição de R$ 69,2 milhões em dividendos intercalares (extras), correspondentes a 52% do lucro líquido regulatório do trimestre. Além disso, a assembleia geral ordinária (AGO) aprovou uma bonificação em ações no valor de R$ 349,5 milhões, equivalente a quatro novas ações para cada 100 possuídas, entregues em 23 de abril.
O projeto Transnorte Energia S.A. (TNE), conhecido como Linhão de Tucuruí, que vai conectar Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN) é uma parceria com a Eletrobras e está com 84% das obras concluídas. A expectativa é que até o fim do ano a obra seja concluída.