Entidades já calculam prejuízos de quase R$ 2 bi por falta de energia em São Paulo
Entidades que representam os setores de comércio e serviços atualizaram nesta terça-feira (15) as estimativas de prejuízos financeiros que a demora no restabelecimento da energia elétrica está causando para os negócios em São Paulo.
Segundo novos cálculos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), no quinto dia com distribuição de energia elétrica parcialmente interrompida na capital paulista, as perdas de faturamento bruto já somaram pelo menos R$ 1,82 bilhão.
O setor mais prejudicado, de acordo com a entidade, é o de serviços com uma perda de receitas estimada em R$ 1,23 bilhão. Em média, são R$ 246 milhões perdidos a cada dia sem luz.
Já o comércio paulistano, por sua vez, acumula perdas de R$ 589 milhões desde então.
A Fecomercio destaca que os prejuízos mais significativos foram contabilizados no sábado (12), quando foi celebrado o Dia das Crianças, uma das datas mais relevantes do calendário sazonal e que se sucedeu ao temporal que afetou a rede elétrica na cidade. Na ocasião, as empresas de serviços deixaram de faturar cerca de R$ 442,3 milhões. Além disso, entre os comerciantes, a entidade calcula que R$ 211 milhões em vendas acabaram não sendo efetuados por causa da falta de energia elétrica.
Outra entidade que atualizou, hoje, a projeção de perdas é a Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp.A entidade já contabiliza mais de R$ 150 milhões em perdas para o setor que, junto a 340 mil imóveis sem luz até o momento, aguarda a normalização dos serviços.
A Fhoresp também afirma que já notificou, oficialmente, a Enel para que a concessionária restabeleça a energia, de forma urgente, em estabelecimentos da capital e da região metropolitana que sofrem com o apagão desde sexta-feira. O documento protocolado na Enel na tarde da segunda-feira (14) reitera que a distribuidora de energia deve instituir um canal permanente para o registro de reclamações, e a abertura e o acompanhamento de chamados de hotéis, bares e restaurantes drasticamente afetados pela interrupção do serviço.
“Calculamos um prejuízo de R$ 150 milhões, até o momento, pois falamos de sete períodos parados, entre almoços e jantares, de sexta-feira à noite para cá. Os maiores prejudicados são bares, restaurantes, pequenos hotéis e meios de hospedagem, que, além de não poderem funcionar no fim de semana do feriado, período de maior movimento, ainda estão sem energia e sem expectativa de volta do serviço. Um único dia perdido para um estabelecimento dessa natureza faz diferença no mês todo. As contas, os impostos e a folha de pagamento não cessam”, lamenta Edson Pinto, diretor-executivo da Fhoresp.
Canal direto de diálogo
A Fhoresp requereu, ainda, que a Enel abra um canal direto de diálogo com a entidade para ressarcir os prejuízos pela via administrava ― menos burocrática e, em tese, mais rápida. Caso não seja atendida, a federação vai colocar seu departamento jurídico à disposição de seus associados para mediar processos individuais de indenização.
“Não é eficaz entrar com ação coletiva. Cada afetado pelo apagão deve juntar as provas de seu prejuízo, por meio de notas fiscais, fotos e vídeos, e livro-caixa, para se ter ideia do faturamento daquele negócio num dia normal. É preciso provar o prejuízo, individualmente. A Fhoresp está à disposição de bares, restaurantes e hotéis para ajudar nisso.”