O que fazer com lixo eletrônico: descubra como descartar celular, pilha e computador velho de forma sustentável
Você sabia que o Brasil é o quinto país que mais gera resíduos eletrônicos no mundo e, mesmo assim, apenas 3 % desse volume é descartado corretamente?
Segundo pesquisa de 2023, mais de 80 % dos brasileiros acumulam algum tipo de eletrolixo em casa e só um em cada quatro sabe que esses produtos são recicláveis.
Esses números mostram como o problema é urgente e a preocupação vai além da quantidade. Uma única pilha mal descartada pode contaminar até 600 mil litros de água.
Os aparelhos contêm metais como chumbo, cádmio e bromo, substâncias tóxicas que podem provocar problemas neurológicos, respiratórios e digestivos se forem parar no solo ou na água podendo contaminar os lençóis freáticos e até os alimentos que consumimos.
Entender e praticar o descarte correto do lixo eletrônico é essencial para proteger o meio ambiente, preservar os recursos naturais e prevenir sérios riscos à saúde pública.
Cada aparelho reciclado corretamente evita que metais pesados retornem ao ciclo da água e reduz a necessidade de extração mineral, um processo que consome energia, causa desmatamento e emite toneladas de CO₂.
Você sabia que o lixo eletrônico contém materiais valiosos como cobre, prata e ouro, que podem ser recuperados e reinseridos na economia, fortalecendo a chamada economia circular?
Descarregar celular, pilha e computador no lixo comum também reduz a vida útil dos aterros e desperdiça materiais valiosos, como cobre e ouro.
Ou seja, ao adotar uma atitude consciente, você não apenas contribui para um planeta mais limpo, mas também apoia um modelo sustentável de produção e consumo que beneficia toda a sociedade.
Felizmente, o Brasil está avançando, o Decreto nº 10.240/2020 obriga fabricantes, importadores e varejistas a manter sistemas de coleta e reciclagem, atualmente existem cerca de 173 pontos de coleta de eletroeletrônicos, com meta de chegar a 5 mil até 2025.
Novas iniciativas também estão surgindo para tornar o Brasil muito mais consciente da importância de manter a preservação do nosso meio ambiente através do engajamento social.
Esse é o caso do Projeto Ecoari que transforma reciclagem em prêmios e coloca Caieiras na rota da sustentabilidade, um projeto incrível que vale a pena conhecer.
Programas como o Computadores para Inclusão que recondicionam e doam equipamentos para escolas e comunidades, dando novo propósito aos eletrônicos e ampliando a inclusão digital, também tem feito toda diferença evitando que tonaledas seja descartadas de forma errada.
Se você quer ajudar a preservar a natureza e as gerações futuras vou mostar por que esse tema é de extrema importancia, os impactos ambientais do descarte inadequado e, principalmente, vou trazer guia prático de como e onde descartar seus aparelhos de maneira responsável.
Porque esse tema é importante?
O que fazer com lixo eletrônico? Essa é uma pergunta cada vez mais frequente porque a quantidade desses resíduos cresce exponencialmente a cada ano.
Só em 2022, a produção mundial de eletrolixo chegou a 62 milhões de toneladas e, se tudo fosse reciclado, evitaria a extração de 900 milhões de toneladas de minérios.
Você sabia disso?
Apesar desse potencial, apenas 20 % dos resíduos eletrônicos são reciclados globalmente, na América Latina por exemplo, 97 % são descartados de forma incorreta e o Brasil é o quinto maior gerador desse lixo eletrônico.
Estimativas da ONU indicam que o volume de eletrolixo pode dobrar até 2050, tornando-se o fluxo de resíduos que mais cresce no mundo.
Potencial economico desperdiçado!
Há também um enorme potencial econômico desperdiçado. Aparelhos como celulares e computadores são ricos em metais preciosos como já citei acima: além do ouro presente nos telefones e computadores, é possível extrair prata, cobre, zinco e plásticos que podem ser reutilizados em novos produtos.
No Brasil, políticas públicas como a Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Acordo Setorial de Logística Reversa determinam que fabricantes e importadores instalem pontos de entrega voluntária (PEVs). Cidades com mais de 80 mil habitantes devem ter pelo menos um PEV para cada 25 mil moradores, totalizando cerca de 400 municípios que precisam oferecer esse serviço até 2025. A meta é recolher, em peso, pelo menos 17 % dos produtos comercializados em 2018.
O que fazer com lixo eletrônico envolve não apenas legislação, mas consciência social. Mais de 80 % dos brasileiros guardam eletrolixo em casa, e muitas pessoas sequer associam que pilhas, lâmpadas e eletrônicos precisam de destinação especial.
Sem uma atitude responsável, componentes tóxicos podem contaminar o solo e atingir a água potável, enquanto a queima desses resíduos gera mais de 100 milhões de toneladas de CO₂ por ano.
Por outro lado, quando reciclamos corretamente, os resíduos voltam para a cadeia produtiva e reduzem a necessidade de extração de novos recursos naturais.
O que fazer com lixo eletrônico na prática (Guia passo a passo)
A seguir, apresentamos um guia passo a passo para que você saiba o que fazer com lixo eletrônico. Cada etapa traz dicas simples para garantir que celulares, pilhas e computadores velhos sejam descartados com segurança e responsabilidade.
Avalie a possibilidade de reutilização ou doação.
Antes de descartar, verifique se o aparelho ainda funciona ou pode ser reparado. Programas como o Computadores para Inclusão, coordenado pelo Ministério das Comunicações, recondicionam equipamentos e os distribuem em pontos de inclusão digital.
Em 2024, o programa doou 13 026 computadores a 448 municípios, levando acesso à tecnologia e evitando que esses equipamentos virassem lixo.
Proteja seus dados pessoais.
Quando o equipamento tiver memória, faça backup dos arquivos, apague suas informações e restaure as configurações de fábrica.
Retire cartões de memória e chips de operadora.
Em alguns casos, é aconselhável destruir fisicamente discos rígidos ou pendrives para evitar que os dados sejam recuperados.
Remova e armazene pilhas e baterias separadamente.
Pilhas e baterias não devem ser descartadas junto com o lixo comum ou com outros recicláveis. Esses itens contêm mercúrio, chumbo e cádmio e uma única pilha pode contaminar até 600 mil litros de água.
Armazene-as em um recipiente seco, isole os polos com fita adesiva e leve-as aos pontos de coleta específicos, que geralmente estão disponíveis em supermercados, farmácias ou ecopontos.
Separe o lixo eletrônico dos demais resíduos.
Guarde celulares quebrados, cabos, carregadores e computadores em uma caixa ou saco separado. Nunca misture com lixo orgânico ou recicláveis convencionais.
Manter os resíduos eletrônicos separados evita vazamentos e facilita o transporte até um ponto de entrega.
Encontre um Ponto de Entrega Voluntária (PEV).
Consulte plataformas oficiais, como o site da Green Eletron, que possui pontos de coleta em mais de 1 100 municípios para pilhas e baterias e em 305 cidades para eletroeletrônicos ou o Ecoari que está presente com 21 Ecopontos espalhados por diversas cidades aceitando: plástico, latas de alumínio, tetra pak, vidro, papelão, consulte o site para saber mais.
Se o seu objetivo é descartar lâmpadas fluorescentes, use os coletores da Reciclus, presentes em 880 cidades.
Para medicamentos vencidos, existe o programa Descarte Consciente, com unidades em 643 municípios.
Insira seu CEP nesses sites para localizar o ponto mais próximo.
Utilize programas de coleta de fabricantes e lojas.
Grandes redes de varejo e fabricantes de eletrônicos são obrigados por lei a receber de volta produtos fora de uso. Informe-se com a loja onde você comprou o aparelho ou com o fabricante sobre a logística reversa.
Algumas empresas aceitam celulares antigos ao adquirir um novo aparelho, oferecendo desconto ou descarte responsável.
Chame cooperativas ou ecopontos da sua cidade.
Muitas cooperativas de catadores se disponibilizam a buscar eletrolixo em domicílio. Em Maceió, por exemplo, cooperados buscam gratuitamente geladeiras, micro-ondas e ventiladores quebrados.
Informe-se na prefeitura ou em secretarias de meio ambiente sobre serviços de coleta de resíduos especiais.
Descarte equipamentos grandes com agendamento.
Para eletrodomésticos volumosos, como geladeiras e televisores, verifique se o serviço de coleta seletiva de sua cidade oferece agendamento para retirada.
Evite abandoná-los na rua ou em terrenos baldios.
Participe de campanhas e mutirões. Prefeituras e organizações não governamentais costumam promover campanhas de recolhimento de eletrolixo.
Fique atento às datas e leve seus dispositivos nesses eventos. Essa é uma forma prática de resolver a dúvida sobre o que fazer com lixo eletrônico.
Armazene o que ainda não pode descartar.
Caso não exista um ponto de coleta próximo, guarde os aparelhos em casa de forma segura até a próxima campanha.
Lembre-se de isolar pilhas e baterias para evitar vazamentos.
Dicas extras e curiosidades
Mitos e verdades.
Muitas pessoas acreditam que as pilhas alcalinas podem ir para o lixo comum, mas isso é falso: mesmo as alcalinas contêm metais pesados e precisam de destinação correta.
Outra crença equivocada é que apenas aparelhos modernos possuem valor. A verdade é que até cabos e carregadores contêm cobre e plásticos recicláveis, e podem voltar para a indústria.
Prefira recarregáveis e produtos duráveis.
Optar por pilhas recarregáveis, que duram mais e geram menos resíduos, reduz o impacto ambiental.
Ao comprar eletrônicos, dê preferência a marcas que ofereçam garantia de longo prazo e atualizações de software; assim você adia o descarte.
O valor do eletrolixo.
Um único telefone celular tem pequenas quantidades de ouro. Quando milhões de aparelhos são reciclados, esses minérios voltam à economia em vez de serem extraídos da natureza.
O processo de reciclagem também recupera prata, cobre e zinco, contribuindo para a economia circular.
Inovações tecnológicas.
Projetos como o TechBack BB usam inteligência artificial para identificar, a partir de uma foto, quais matérias-primas compõem o produto descartado.
O sistema calcula quanto de água e de emissões de gases de efeito estufa estão sendo economizadas e estimula a conscientização sobre o descarte.
O futuro da reciclagem passa pela tecnologia, que ajuda a mapear e recuperar os recursos com mais eficiência.
Impacto na saúde e no meio ambiente.
Celulares, televisores e baterias contêm chumbo, cádmio e bromo, substâncias cancerígenas e neurotóxicas. Se esses materiais forem incinerados, liberam mais de 100 milhões de toneladas de CO₂ por ano.
O descarte incorreto também reduz a vida útil dos aterros sanitários, que deveriam receber apenas rejeitos.
Reciclar é uma forma de evitar esses impactos e preservar o planeta para as futuras gerações.
Legislação e responsabilidade compartilhada.
O Acordo Setorial de 2019 e a Política Nacional de Resíduos Sólidos definem que empresas, consumidores e governo têm responsabilidades na destinação do eletrolixo.
Até o final de 2025, o Brasil deve estruturar cerca de 5 mil pontos de coleta, e a meta é recolher 17 % do volume de equipamentos vendidos em 2018.
Cumprir essas metas depende de cada um fazer sua parte.
Celulares antigos, pilhas descarregadas e computadores obsoletos contam a história da nossa relação com a tecnologia.
Saber o que fazer com lixo eletrônico é mais do que um ato de limpeza, é uma decisão de responsabilidade ambiental.
Ao doar equipamentos para programas como o Computadores para Inclusão, você amplia o acesso de outras pessoas à tecnologia e reduz a demanda por matéria‑prima virgem.
Ao levar pilhas e baterias aos coletores corretos, você impede a contaminação de milhares de litros de água e ajuda a manter o solo saudável.
No cenário global podemos ver que ainda reciclamos pouco, mas as mudanças já estão em curso. No Brasil, a expansão dos pontos de coleta e a criação de metas específicas para a logística reversa demonstram que a solução é possível.
Procurei trazer neste artigo dados sobre os impactos ambientais, exemplos de iniciativas e um guia prático para que você não tenha mais dúvidas sobre o que fazer com lixo eletrônico.
A responsabilidade é de todos nós.
Comece agora mesmo: abra aquela gaveta cheia de cabos, separe seu eletrolixo e encontre um ponto de entrega.
Compartilhe estas informações, incentive seus amigos e familiares e faça parte da transformação rumo a um Brasil mais sustentável.
