O governo Lula e a rendição da indústria nacional à China
A indústria brasileira atravessa um dos momentos mais dramáticos de sua história recente. Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelam que o Índice de Produção Industrial caiu para 47,2 pontos em agosto de 2025, o pior resultado da década e abaixo da linha de expansão, que é de 50 pontos. Paralelamente, o emprego no setor industrial também apresentou retração significativa, aprofundando a sensação de colapso de um segmento que já foi motor de desenvolvimento econômico e social.
O que está em curso não é um acidente. Trata-se de uma política deliberada, conduzida pelo Governo Lula, de abandono da indústria nacional em favor de um comércio desbalanceado com a China, que mina a capacidade produtiva brasileira e transfere oportunidades de emprego e renda para o outro lado do mundo.
O Brasil já foi potência industrial
Durante boa parte do século XX, a indústria brasileira foi o alicerce da modernização do país. O setor chegou a representar 36% do PIB na década de 1980, sustentando milhões de empregos e consolidando o Brasil como uma das dez maiores potências industriais do mundo.
Hoje, porém, a indústria responde por menos de 11% do PIB, segundo dados do IBGE (2024), uma queda brutal que simboliza a desindustrialização acelerada. Não se trata apenas de números frios: cada ponto percentual perdido significa menos empregos, menos tecnologia desenvolvida no país e maior dependência externa.
A política externa de Lula: dependência disfarçada de “parceria estratégica”
O presidente Lula insiste em vender ao Brasil a ideia de que a aproximação com a China é estratégica e mutuamente benéfica. Contudo, os números desmentem o discurso.
Em 2024, o Brasil importou da China US$ 63 bilhões em manufaturados, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
As exportações brasileiras, no entanto, se concentram em commodities primárias: soja, petróleo bruto e minério de ferro, que responderam por 84% da pauta exportadora para a China.
Ou seja, enviamos produtos de baixo valor agregado e compramos industrializados de alto valor. É a mesma lógica colonial de 500 anos atrás, agora travestida de “parceria estratégica”.
A concorrência desleal e a omissão do governo
Enquanto o empresariado brasileiro luta contra o custo Brasil — carga tributária elevada, infraestrutura precária, insegurança jurídica e burocracia —, os produtos chineses entram com isenções fiscais, subsídios de Estado e logística de exportação altamente competitiva.
O resultado é claro:
O setor de eletroeletrônicos encolheu 22% nos últimos 10 anos, segundo a Abinee.
A indústria têxtil, que já foi um dos maiores empregadores do país, perdeu mais de 500 mil postos de trabalho desde 2010, conforme a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit).
Até mesmo setores de maior tecnologia, como o de painéis solares e baterias, vêm sendo dominados pela China, sem qualquer reação concreta do governo brasileiro.
Em vez de adotar medidas de defesa comercial — como barreiras tarifárias, salvaguardas ou exigências de conteúdo nacional — o governo Lula prefere abrir ainda mais as portas às importações chinesas.
Quem paga a conta? O trabalhador brasileiro
Cada contêiner que chega da China representa milhares de empregos que deixam de ser criados aqui. Segundo estudo da CNI (2025), para cada US$ 1 bilhão em manufaturados importados, o Brasil deixa de gerar 60 mil empregos industriais diretos e indiretos.
No ritmo atual, isso significa que quase meio milhão de empregos por ano são transferidos para a China — com a complacência e até incentivo do governo.
Não por acaso, os números do Novo Caged (2025) apontam queda acumulada de 120 mil vagas formais no setor industrial apenas no primeiro semestre do ano.
O discurso versus a prática
Lula costuma se apresentar como o “pai dos pobres”. Porém, ao privilegiar importações chinesas em detrimento da produção nacional, o governo promove justamente o contrário: desemprego, precarização e dependência econômica.
O discurso de inclusão social não se sustenta diante da destruição de empregos de qualidade, substituídos por ocupações informais de baixa renda, muitas vezes ligadas ao próprio comércio de produtos chineses.
O futuro ameaçado
A queda histórica de agosto não é apenas um número negativo. É o retrato de um país que, se nada mudar, caminhará para se tornar um mero armazém de mercadorias estrangeiras.
Enquanto a China investe 4% do seu PIB em Pesquisa e Desenvolvimento, o Brasil investe apenas 1,2%, segundo a Unesco (2023). Sem estímulo à inovação, o país seguirá como exportador de matéria-prima e importador de inteligência.
Conclusão: responsabilidade política clara
Não se pode atribuir essa crise apenas a fatores externos. A responsabilidade é direta: o Governo Lula escolheu enfraquecer a indústria nacional, seja pela negligência em adotar políticas de proteção, seja pela opção de reforçar um modelo de dependência da China.
A história cobrará caro por essa decisão. O Brasil, que já foi potência industrial, corre o risco de ser lembrado como um país que abriu mão de produzir para se tornar apenas consumidor de produtos alheios.
A rendição da indústria nacional à China não é inevitável — mas é consequência de escolhas políticas. E neste caso, a escolha é clara: o governo Lula preferiu fortalecer a indústria chinesa ao invés de proteger o trabalhador brasileiro.