Começa o tarifaço contra o Brasil: como afeta o setor de eletrônicos
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou a determinação que estabelece tarifas de 50% para produtos brasileiros. Porém, no decreto expedido pelo chefe do executivo norte-americano, mais de 700 produtos foram isentos das novas regras que passam a valer para as negociações comerciais entre os dois países.
Segundo a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), o tarifaço deve impactar fortemente o setor de eletroeletrônicos no Brasil. Os EUA foram o principal destino das exportações dos produtos do segmento no primeiro semestre deste ano.
De acordo com os dados apresentados pela entidade, nos primeiros seis meses de 2025, as exportações brasileiras para os Estados Unidos aumentaram 23,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Também é importante destacar que, neste mesmo espaço de tempo, foi registrado um déficit comercial de US$ 1,3 bilhão com os EUA, uma vez que o Brasil mais importou do que exportou.
Impacto do tarifaço no Brasil
As medidas impostas pelo governo Trump causam grande preocupação entre os players do setor, que temem perdas significativas sob as novas regras. A Abinee defende uma abordagem diplomática para garantir uma resolução saudável para ambos os lados neste impasse comercial.
É importante destacar que o tarifaço pode afetar, principalmente, equipamentos elétricos de grande porte essenciais para a infraestrutura de recarga de veículos elétricos. Além disso, exportações de motores, geradores e componentes para equipamentos industriais também devem ser impactadas.
Quando assunto é o segmento de provedores brasileiros de software, os impactos devem ser inexistentes. Isso porque as tarifas estão concentradas em bens físicos e não em produtos digitais. Ainda assim, a Abes (Associação Brasileira das Empresas de Software) defende o diálogo para tentar mitigar os efeitos das sobretaxas.
Quando se trata do impacto geral da medida assinada pelo presidente Trump, a avaliação de especialistas é que a extensa lista de isenções diminuiu o impacto do tarifaço em território nacional. Ainda assim, o governo brasileiro tenta negociar para atenuar os efeitos na economia local.
O Brasil tem adotado uma postura mais cautelosa e, embora o presidente Luiz Inácio “Lula” da Silva tenha falado muito sobre “soberania” nos últimos dias, as discussões sobre reciprocidade perderam muita força nos bastidores.