Vrio vai distribuir banda larga da Amazon na América Latina
A Vrio, controladora da DirecTV na América Latina e da Sky Brasil, vai distribuir no país e em mais seis outros mercados da América do Sul o serviço de banda larga via satélite da Amazon a partir de 2025. A constelação de 3.326 satélites de baixa órbita, conhecida como Projeto Kuiper, começa a ser implantada este ano. O investimento total da Amazon na iniciativa global é de mais de US$ 10 bilhões.
A expectativa do mercado é que, com o lançamento do serviço comercial no próximo ano, a Amazon passe a competir diretamente com a Starlink, do bilionário Elon Musk. No Brasil, o serviço da Starlink para clientes residenciais custa R$ 184 mais impostos.
Com cerca de nove milhões de clientes nos sete países englobados pelo acordo, sendo quatro milhões só no Brasil, a Vrio ficará responsável também por serviços de pós-venda, como instalação e assistência técnica ao cliente final. Não foram divulgados preços nem outros detalhes dos três tipos de produtos que serão oferecidos em Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Peru, Equador e Colômbia.
“Para a Amazon e a Vrio, a acessibilidade aos serviços [em termos financeiros] é extremamente importante”, limitou-se a dizer Bruno Henriques, líder de desenvolvimento de negócios para a América Latina do Projeto Kuiper.
Presidente da holding Vrio Corp, Darío Werthein enfatizou que o serviço de banda larga via satélite da Amazon terá preços “acessíveis”, baixa latência (tempo de resposta) e ampla cobertura.
A opção da Amazon pela parceira com um distribuidor que detém marcas já estabelecidas (DirecTV e Sky) e uma ampla base de clientes no continente contrasta com a estratégia de Musk, baseada apenas na própria marca. No Brasil, a Starlink optou por comercializar seu serviço pelo seu site e por quatro revendedores autorizados do segmento de varejo.
Werthein, da Vrio, destaca o potencial do mercado latino-americano para serviços de acesso à internet, citando um estudo do Banco Mundial. A instituição financeira internacional estima que, dos 383 milhões de habitantes da região, aproximadamente 200 milhões não dispõem de conexão à web.
“Certamente não vamos capturar todo esse mercado, porque há espaço para outros competidores”, reconheceu Werthein. “Mas temos a oportunidade de conquistar uma fatia de mercado realmente relevante”, acrescentou.
As autorizações para os satélites que vão compor a constelação da Amazon já foram concedidas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). “Temos as licenças [para uso] de espectro na maior parte dos países que fazem parte do acordo [com a Vrio]. Estamos trabalhando em conjunto com agências reguladoras, autoridades nacionais para garantir que estejamos aderentes às normas em todos os países onde queremos operar”, frisou Henriques.
O Projeto Kuiper testou dois protótipos de satélites, colocados em órbita no fim do ano passado. Estão previstos ainda para este ano demonstrações de serviços.