Vivo vai adquirir controle da FiBrasil por R$ 850 milhões

A Telefônica Brasil, dona da Vivo, informou que vai comprar mais 50% das ações da FiBrasil, por R$ 850 milhões. O acordo com o grupo canadense La Caisse (anteriormente CDPQ), detentor da participação em negociação, foi anunciado nesta quinta-feira, 10, por meio de fato relevante.

Segundo a operadora, o negócio será pago em uma única parcela na data de fechamento da transação. Caso o fechamento ocorra após 90 dias da data de assinatura do acordo, o valor será ajustado pela taxa CDI.

Na prática, caso a aquisição seja efetivada, a Vivo passará a deter 75,01% do capital social da FiBrasil, que atua no mercado de rede neutra de fibra óptica.

Os demais 24,99% permanecem com a Telefónica Infra, unidade também controlada pelo Grupo Telefónica.

A decisão de comprar os 50% restantes da FiBrasil foi tomada nesta quinta-feira, em reunião do conselho de administração. Vale lembrar que o negócio ainda precisa ser aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Operacional
A FiBrasil tem rede de fibra em 151 cidades, com 4,6 milhões de casas passadas – isto é, imóveis que podem assinar o serviço de banda larga fixa.

De acordo com a Vivo, a aquisição da empresa visa a fortalecer o projeto de expansão de “sua presença no mercado de fibra, com foco na melhoria da experiência do cliente ao mesmo tempo em que contribui para a digitalização do País”.

No Brasil, a Vivo lidera o mercado de banda larga fixa de fibra óptica, com 7,3 milhões de assinantes, de acordo com dados compilados pela Anatel referentes ao mês de maio. Levando em conta todas as tecnologias, a operadora soma 7,6 milhões de acessos, ficando em segundo lugar, atrás da Claro (10,3 milhões).

Análise
Importante destacar que a FiBrasil surgiu como uma das protagonistas no mercado de redes neutras, ao lado da V.tal (derivada da segregação da rede da Oi), i-Systems (que surgiu da segregação da rede da TIM) e American Tower. Desde esse movimento, contudo, o mercadode redes neutras tem se mostrado especialmente desafiador, especialmente pela estagnação do próprio mercado de banda larga fixa, que desacelerou após a pandemia. A absorção da FiBrasil pela Vivo sinaliza uma mudança importante nessa tendência, assim como foi a entrada da V.tal na oferta de serviços, por meio da Nio.