Quinta-feira, 7 de Agosto de 2025

Desde 2016 mais de 20 mil toneladas de lixo eletrônico foram coletadas no Brasil para descarte adequado

Em 2024, 7.323,11 toneladas de eletroeletrônicos e cerca de 101 toneladas de pilhas e baterias foram coletados, segundo a Green Eletron, principal gestora de logística reversa de equipamentos eletroeletrônicos, baterias e pilhas no Brasil. Esse número impulsionou o total acumulado desde sua fundação, há 9 anos, para mais de 20 mil toneladas de eletroeletrônicos, pilhas e baterias.

O crescimento contínuo desses volumes reflete o avanço da conscientização sobre o descarte correto e a ampliação da infraestrutura de logística reversa. “Ano após ano, temos visto um aumento na quantidade de resíduos coletados, o que indica um maior engajamento da população e das empresas na destinação correta de eletroeletrônicos, pilhas e baterias. No entanto, ainda há desafios a serem superados para que possamos ampliar ainda mais essa rede de coleta”, afirma Ademir Brescansin, Gerente Executivo da Green Eletron.

Com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes têm a responsabilidade legal de viabilizar sistemas de logística reversa, garantindo que os produtos sem utilidade sejam recebidos dos consumidores e descartados de maneira ambientalmente adequada. Contudo, um dos principais entraves à expansão da logística reversa é a falta de isonomia entre as empresas que cumprem a lei e as que ainda não integram sistemas de logística reversa. Uma fiscalização mais rigorosa, com penalidades para quem não cumpre a lei, pode incentivar uma participação mais efetiva de todos os envolvidos.

Outro pilar fundamental na logística reversa é o consumidor. Mesmo com os pontos de coleta em funcionamento e a realização de várias campanhas de coleta, é preciso que a população participe ativamente do processo, levando seus equipamentos fora de uso até os PEVs ou campanhas. A cultura de guardar aparelhos antigos em casa ou descartá-los de forma incorreta ainda é comum. “Nosso papel é mostrar que o destino correto evita a contaminação do solo e da água, reduz o consumo de recursos naturais e as emissões de gases de efeito estufa. Com o tempo, acreditamos que o descarte correto será um hábito tão natural quanto o uso do cinto de segurança”, salienta Brescansin.

Nos próximos anos, o mercado de reciclagem de eletroeletrônicos deve crescer impulsionado por regulações ambientais mais rigorosas, avanços tecnológicos e a crescente pressão por práticas sustentáveis. A tendência é de fortalecimento das parcerias entre setor público e privado, maior integração entre fabricantes e recicladores e o surgimento de soluções mais eficientes para coleta e processamento de resíduos. Mesmo com os avanços, o setor ainda demanda investimentos em infraestrutura, fiscalização e educação ambiental para ampliar seu alcance e impacto.

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