Os principais dados do estudo foram apresentados em reunião-almoço que reuniu autoridades, empresários e especialistas | Foto: Pedro Piegas

 De acordo com a pesquisa de desempenho do setor eletroeletrônico do Rio Grande do Sul de 2024, realizada pela Abinee/RS (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), o ano passado fechou com faturamento de R$ 16 bilhões no setor, com um aumento de 14% em comparação com 2023. Os principais dados do estudo foram apresentados em uma reunião-almoço promovida nesta quarta-feira, dia 23, no Ritter Hotel.

O encontro reuniu autoridades, empresários e especialistas para apresentar os resultados, discutir avanços no setor e apresentar projetos de inovação em andamento no Rio Grande do Sul. O estudo mede anualmente os indicadores econômicos e operacionais das empresas da área eletroeletrônica, e acompanhou a evolução da atividade industrial com um panorama sobre faturamento, importação e exportação, geração de empregos e perspectivas.

A área de Utilidades Domésticas Eletroeletrônicas foi a que obteve o maior faturamento em 2024, fechando o ano com o total de R$ 3,3 bilhões. A área de Componentes Elétricos e Eletrônicos aumentou em 51% em relação ao ano de 2023, apresentando o maior índice de crescimento do faturamento desde então.

Outro destaque apresentado foi na geração de empregos do setor, com 24.942 funcionários, um crescimento de 4% do indicador em relação a 2023. A área de Automação Industrial foi a que mais empregou, com 5.919 funcionários, superando a área de Utilidades Domésticas Eletroeletrônicas, que empregou 5.376 funcionários ano passado.

As exportações do setor eletroeletrônico no Rio Grande do Sul fecharam o ano com US$ 502,3 milhões, com leve crescimento de 2,3% na comparação com 2023. A área que apresentou maior volume de exportação foi a de Utilidades Domésticas Eletroeletrônicas, com total exportado de US$ 175,6 milhões, que representa 35% do total exportado pelo setor no Estado.

Para o diretor regional da Abinee no RS, Régis Haubert, o cenário do setor está otimista, já que o avanço tecnológico e todos os segmentos da economia estão atrelados cada vez mais aos equipamentos eletrônicos. "Nós temos uma perspectiva de crescimento para o Rio Grande do Sul, segundo a expectativa das empresas, em torno de 12% para 2025, frente a 6% que a Abinee Nacional prevê como o Brasil. Então é uma perspectiva boa, e nós temos apostas muito grandes também", diz. "A gente está olhando com bons olhos o ano, apesar das inseguranças e das preocupações com a taxação dos Estados Unidos, e todos os movimentos mundiais. Mas é um ano de perspectivas boas", finaliza.

Simone Stülp, secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia do RS, apresentou os resultados do Programa Semicondutores RS, com ênfase nos cursos de especialização e na articulação com a indústria. Ela destacou a criação de projetos de pesquisa na parceria de universidade-empresa, buscando o desenvolvimento de novos produtos ou processos e a geração de novas startups. Entre as ações, houve, também, a criação da agência de investimentos Invest RS, o lançamento de duas estratégias de formação de pessoas, entre elas um curso de edital lançado junto à Unipampa em Alegrete, e projetos de pesquisa em desenvolvimento.

"São seis projetos que estão rodando neste momento no Rio Grande do Sul, sempre nesta parceria universidade-empresa, buscando tanto a modernização das estruturas, dos laboratórios, como também a formação de redes globais de pesquisa e desenvolvimento, porque para este setor, especialmente, é importante este elemento", disse.

O evento contou, também, com depoimento de alunos do curso de projetistas de circuitos integrados da Unipampa, com iniciativas do Sebrae/RS de apoio às empresas do setor eletroeletrônico, como projetos coletivos e programas de fomento à produtividade, com destaque para o Brasil Mais Produtivo, da apresentação da Plataforma ON, da Unitec/Tecnosinos, voltada à conexão entre universidades, empresas e comunidades, entre outras iniciativas voltadas para a qualificação do setor.