Contrabando? 25% dos celulares vendidos no Brasil são irregulares – indústria cobra “ação”
Escola Educação - 31/03/2024

A Associação de Fabricantes de Eletrônicos Aprovados (Abinee) divulgou um dado alarmante nesta terça-feira, 26, acerca dos celulares vendidos no Brasil. Segundo a entidade, o volume de celulares comercializados de forma ilegal no país dobrou em apenas um ano.

Percentualmente, a quantidade de aparelhos ilegais passou de 10% do total de telefones celulares vendidos no Brasil para 25% no último trimestre de 2023.

No total, o ano fechou com 6,2 milhões de unidades vendidas no país, de forma ilegal.

O telefone mais popular no chamado mercado cinza é o Redmi Note 12. Neste caso, os descontos podem chegar a até 50%, se comparados ao preço oficial. Os itens entram no Brasil principalmente por terra, na fronteira com o Paraguai.

Marketplaces

A Abinee estima que 90% do total de smartphones contrabandeados no Brasil estão disponíveis para negociação via marketplaces. Geralmente, eles têm um valor 38% menor do que o aparelho à venda no mercado oficial. A instituição afirma que tais plataformas de compra e venda possuem “responsabilidade solidária” pelo contrabando. Contudo, o órgão não menciona os nomes dos marketplaces.

“Trata-se de uma prática que está se generalizando e tomando proporções inaceitáveis”, afirma Humberto Barbato, presidente da Abinee, em comunicado à imprensa. O executivo também reforça que o “consumidor é o maior prejudicado” porque corre riscos de segurança e sofre com a falta de assistência técnica.

Diante disso, o presidente da entidade pede “ações mais enérgicas por parte do governo para coibir esta prática”. A estimativa, inclusive, é que o governo federal deixará de arrecadar R$ 4 bilhões em função da evasão fiscal só neste ano. A conta não considera o ICMS, que é estadual.

Além do não pagamento dos impostos, tais aparelhos não possuem a certificação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Portanto, eles não passam por testes de segurança, nem mesmo de funcionamento. Geralmente são “versões globais” trazidas principalmente da China.

Por fim, a Abinee argumenta que apenas uma fiscalização efetiva dos marketplaces poderá coibir a prática irregular.