A pesquisa divulgada pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) em parceria com a IDC revela uma preocupante realidade: o volume de celulares vendidos ilegalmente no mercado brasileiro atingiu a marca alarmante de 25% no último trimestre de 2023. Esses dispositivos, frutos de contrabando e roubo, não apenas representam uma ameaça à segurança dos consumidores, já que não passam pelos devidos testes, mas também têm impacto significativo na economia, com prejuízos estimados em bilhões de reais em impostos não arrecadados. A predominância da venda desses aparelhos em grandes marketplaces destaca a necessidade urgente de medidas regulatórias mais eficazes por parte das autoridades e das próprias plataformas digitais.
A predominância da marca Xiaomi nesse mercado ilegal, especialmente na faixa de preço entre R$ 1000 e R$ 1300, indica uma tendência de que consumidores buscam alternativas mais acessíveis, mesmo que isso signifique adquirir produtos irregulares. A inação por parte dos marketplaces em combater essa prática, como destacado pelo presidente da Abinee, Humberto Barbato, revela lacunas na fiscalização e na responsabilização das plataformas digitais. A sugestão de uma lei para estabelecer responsabilidade solidária das empresas digitais na fiscalização do que é vendido em suas plataformas aponta para a necessidade de uma regulamentação mais clara e abrangente para lidar com esse problema crescente, que ameaça não apenas o mercado oficial, mas também a segurança e os direitos dos consumidores.