Celular contrabandeado mais que dobra
Baguete - 27/03/2024

A quantidade de smartphones contrabandeados para o Brasil dobrou no ano passado em relação a 2022, chegando a 6,2 milhões.

É o que informa a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), com base em dados da IDC. 

Segundo a IDC, o mercado cinza de smartphones no Brasil já representa 25% do mercado total, podendo chegar a 30% no começo deste ano.

Para a Abinee, que representa os grandes fabricantes de eletrônicos instalados no Brasil, a situação pode “inviabilizar” o mercado oficial no Brasil.

Isso porque os celulares contrabandeados são modelos intermediários, com preços que variam entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil, 40% abaixo do custo dos produtos adquiridos em uma loja no Brasil.

No Brasil, as marcas mais contrabandeadas são Xiaomi, Oppo e realme.

Segundo o Mobile Time, a maioria dos celulares contrabandeados vem do Paraguai, que importou 16,7 milhões de smartphones no ano passado, quase três vezes mais do que a sua população.

Para a Abinee, a culpa do aumento de contrabando são os marketplaces online, pois são os principais canais de distribuição dos produtos. A entidade demanda uma lei para regular a atuação dos marketplaces.

“Imagine se um dono de shopping alugasse uma loja e o lojista vendesse drogas, armas etc. Como dono do shopping, ele tem responsabilidade. Não pode permitir que algo ilegal seja comercializado com um manto de legalidade por estar dentro do seu shopping”, diz Humberto Barbato, presidente da Abinee.

A argumentação da entidade deve ter boa receptividade no governo, que também perde dinheiro com o contrabando. 

Pelas contas Abinee, o governo federal deixa de arrecadar R$ 4 bilhões por ano em impostos por causa do contrabando. Somente em São Paulo, o estado perde cerca de R$ 1 bilhão de ICMS por ano.