Explosão do mercado ilegal de celulares no Brasil
O Antagonista - 26/03/2024

Nos últimos anos, o Brasil viu um crescimento alarmante na venda de celulares de forma ilegal. Dados recentes divulgados pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) apontam para um cenário preocupante que exige a atenção das autoridades e da sociedade.

Um fenômeno em ascensão
De acordo com um estudo realizado pela empresa IDC, o volume de celulares vendidos ilegalmente no Brasil teve um aumento expressivo. O mercado ilegal, que representava 10% do total de vendas em 2022, saltou para impressionantes 25% no último trimestre de 2023. Isso significa que, no decorrer de um ano, mais de 6 milhões de aparelhos foram comercializados fora dos canais oficiais.

Como os contrabandos chegam aos consumidores?

A principal via de comercialização desses smartphones ilegais são os marketplaces digitais. A Abinee estima que cerca de 90% desses aparelhos sejam vendidos através dessas plataformas, com preços até 38% menores do que os encontrados no mercado formal. Uma prática que já se tornou comum e que desafia as autoridades fiscais e regulatórias do país.

Consequências econômicas e ações necessárias
Além do impacto no mercado formal de vendas, a evasão fiscal resultante dessa prática ilegal é outra grande preocupação. A Abinee projeta que, em 2024, o governo deixará de arrecadar aproximadamente R$ 4 bilhões por causa dessa questão. Esse cenário tem levado a pedidos por ações mais enérgicas por parte do governo federal para coibir essa tendência crescente.

O presidente da Abinee, Humberto Barbato, ressaltou a importância de uma fiscalização efetiva dos marketplaces como medida vital para enfrentar esse problema. “Precisamos de ações mais enérgicas por parte do governo para coibir esta prática”, afirmou.

Para refletir
O aumento do mercado ilegal de celulares no Brasil é um reflexo de diversas questões econômicas e sociais que vão além do simples comércio ilegal. Abre-se, portanto, um debate necessário sobre a eficácia das medidas de fiscalização atuais e a busca por estratégias mais eficientes para proteger tanto o consumidor quanto a economia do país. A complexidade do desafio exige uma resposta coordenada que envolva não apenas o governo, mas também empresas, consumidores e plataformas de vendas online.