Contrabando de celular: Anatel quer parceria com a Receita Federal
Tecnoblog, Leitura Digital, 18G, Jornal Floripa, Portal Casanova, Espião de Celular Grátis - 13/03/2024

Ilustração com celular e bandeiras piratas, entre outros elementos

Redmi Note 12 é o celular mais vendido no mercado irregular, segundo Abinee (Ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A Agência Nacional de Telecomunicações está na reta final para integrar um sistema da Receita Federal que permite visualizar as cargas que chegam ao país. O presidente da agência considera que haverá um upgrade de fiscalização e de combate ao contrabando de celulares quando o movimento for concluído.

Carlos Baigorri me disse numa conversa exclusiva que será possível ver os contêineres encaminhados ao Brasil e direcionar as equipes de fiscalização. “Nós vamos evitar que eles cheguem de forma irregular”, conta o dirigente. Em outras palavras, os smartphones do mercado paralelo serão interceptados pela Anatel antes de serem entregues às lojas.

O Siscomex é um sistema de comércio exterior controlado pelos servidores da Receita, que permite fazer o acompanhamento tanto das importações quanto das exportações. Ele existe há 30 anos e é considerado essencial para o desembaraço de cargas que chegam ao território nacional. 

A solicitação para ingresso da Anatel é antiga: mais de 16 anos. Na agência, no entanto, a sensação é de que agora vai.

Passos importantes foram dados nos últimos meses, segundo o conselheiro Artur Coimbra, também da Anatel. Primeiro chegou a anuência do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). Agora chegou a vez da Receita: o pedido de ingresso no Sistema Integrado de Comércio Exterior foi formalizado em janeiro de 2024. “Fui lá em 5 de fevereiro para reforçar a nossa solicitação”, diz Coimbra.

O conselheiro da Anatel ressalta que não há prazo para a manifestação da Receita. A avaliação do órgão é a última etapa para a concretização dos planos da agência.

O contrabando de smartphones disparou e bateu recorde em 2023: foram 5,5 milhões de unidades comercializadas em solo nacional, de acordo com uma estimativa divulgada pela Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), a principal interessada no assunto. Ela reúne companhias do porte de Apple, Motorola, Samsung e Xiaomi. Isso dá por volta de 21% do mercado total.

A organização estima que o governo deixou de arrecadar R$ 2 bilhões em impostos somente no primeiro semestre de 2023. Não foi divulgado o cálculo referente ao segundo semestre.